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Renovação de vida, este é o sentimento de Maria Luiza (nome fictício) em relação à constelação familiar sistêmica, promovida nesta quarta-feira (17 de maio), pelo juiz da Primeira Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá, Jamilson Haddad Campos.
Participando pela segunda vez, a mulher de 31 anos, que sofreu agressões do marido por anos, graças à terapia teve a vida transformada. “Apanhei, fui agredida verbal e psicologicamente por muito tempo. Cheguei ao Judiciário destruída, me sentindo a pior das mulheres, mas com a constelação entendi que tinha forças para reagir, meu medo foi embora e a autoestima voltou. Percebi que sou capaz de tudo, inclusive de mudar meu caminho, basta querer”, relatou.
Posicionamento que a consteladora, Gilmara Thomé, atribui às leis sistêmicas que exercem influência sobre a vida da pessoa, independente do querer. “A constelação familiar abre a possibilidade de compreender a própria postura e a do agressor, o que está por trás do problema, situação que permite a mudança de atitude e a solução do conflito de forma pacífica”.
A ferramenta promove o exercício de acalmar o coração daqueles que a utilizam, na concepção do juiz Jamilson Haddad Campos. “O método é altamente eficaz porque traz vivências genéticas, além de dores internalizadas que temos e, muitas vezes, se refletem em padrões destrutivos repetitivos por várias gerações. Mas a constelação consegue retirar este trauma, o que descortina novos olhares. É visível a mudança nas vítimas de agressão, o emaranhado de emoções se desfaz, elas conseguem quebrar o paradigma e entendem que nada justifica a violência”.
Sensação de liberdade que Vanessa (nome fictício), uma das atendidas pela Vara, sentiu pela primeira ao participar da constelação. “Eu me sentia culpada pela agressão que eu e meus filhos sofríamos e impotente diante do alcoolismo do meu marido. Aqui eu compreendi que não há culpados, mas sim pessoas diferentes em uma relação e que o primordial é que um entenda o outro e o respeite”.
A metodologia foi adotada pelo Judiciário de Mato Grosso em junho de 2016. Até então seis constelações foram efetuadas sob o comando do magistrado da Capital, precursor da técnica no Estado. Durante a sessão são feitos exercícios sistêmicos que envolvem todos os participantes.
Participaram ainda da constelação, os promotores Carlos Rubens de Freitas Oliveira e Amanda Gurgel Rocha. Eles foram conhecer o método resolutivo de conflitos que pretendem implantar nas unidades onde irão atuar, no interior do Estado.
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