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Justiça e Direito
Sexta, 19 de janeiro de 2018, 20h05

Libras é tema de palestra para servidores do TJ


Cerca de 50 servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso começaram a aprender uma nova língua na manhã desta sexta-feira (19 de janeiro). No Auditório Gervásio Leite eles tiveram uma aula básica para aprender a língua brasileira de sinais (libras) e, assim, conseguir interagir com deficientes auditivos que trabalham nos setores do TJ. Para isso, foram ofertadas aulas teórica e prática que ensinavam palavras básicas como bom dia, obrigada, processo, juiz, digitalizar, entre outras.

Durante o evento, os presentes também receberam dicas como não chamar os deficientes auditivos de nomes pejorativos como mudinho ou surdinho, evitar ditados populares na fala, escrever palavras simples ao fazer bilhetes, falar devagar para que aqueles que saibam ler os lábios consigam entender, integrá-los às reuniões do setor para definição de férias ou para informativos gerais. Outro ponto ressaltado é que os surdos utilizam muito o aplicativo Whats App para se comunicar.

De acordo com a psicóloga palestrante, Ana Beatriz Bossoni, é importante que as pessoas se empenhem em aprender essa nova língua. “A libras é considerada um idioma como qualquer outro. Quando você vai para um país que tem um linguajar diferente, como a Alemanha, por exemplo, você tenta aprender alguma coisa para não ficar perdido. Com a libras é a mesma situação. É necessário saber o básico para conseguir se comunicar.”

Ana Beatriz ressaltou ainda que a língua não é universal, ou seja, não tem os mesmos sinais representativos em todos os lugares. Os sinais são criados pelo grupo e, por conta disso, enfrenta o regionalismo. Ela também pontuou a importância da expressão corporal durante a fala com os novos contratados do TJ.

Um dos deficientes auditivos contratados, Luis Paulo de Oliveira conta que a oportunidade de trabalhar no Judiciário trará para ele interação e mais conhecimento. “O trabalho promove uma troca de experiências, nós ensinamos os servidores a aprender a língua de sinais e, em contrapartida, aprendemos palavras próprias do Judiciário.”

Para garantir esta troca de experiência, a servidora Nil Bragaglia e a equipe que trabalha com ela se esforçavam durante o evento para aprender o máximo possível de palavras. Eles trabalham no Departamento Judiciário Auxiliar da Coordenadoria Judiciária e a partir de segunda-feira (22 de janeiro) irão contar com a força de trabalho de 26 surdos na unidade e dois intérpretes. Contratados pela Justiça, os surdos serão responsáveis pela higienização (retirada de grampos e clips) e digitalização dos processos que serão impetrados.

“É importante a inclusão desse novo nicho de trabalho que está crescendo cada vez mais. Estamos felizes de participar dessa nova experiência, que é boa para todos nós”, ressaltou Nil.

Também a servidora Maria (nome fictício) participou do evento não porque ela vai trabalhar com deficientes auditivos, mas porque é admiradora da inclusão social. Ela contou que em 2013, aos 46 anos, quase ficou cega por conta de uma fibrose que teve no centro da retina, a qual já havia sido costurada três vezes. Mas depois de passar por vários médicos e realizar o tratamento ela se curou.

“Eu sei o que é o pavor da exclusão. Quando você toma consciência das limitações, passa a entender as pessoas e se abre para a dimensão do alheio. Quando a possibilidade de fazer parte do grupo de excluídos bateu à minha porta, acendeu em mim um alerta. Hoje busco ajudar as pessoas que têm necessidades”, explicou.

Depois da palestra o grupo seguiu para o Dejaux, onde foi treinar o serviço que começará na segunda-feira.
 




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