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Justiça e Direito
Quarta, 21 de março de 2018, 10h13

NugJur realiza 'círculos de paz' em Livramento


Foto: Tony Ribeiro
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Construir bons relacionamentos e dar fim ao ciclo da violência. Este é o principal objetivo para os ‘círculos de construção de paz’ do Núcleo Gestor de Justiça Restaurativa (NugJur), do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Com a agenda extensa de atividades neste mês de março, o núcleo realiza os círculos de paz em escolas de Cuiabá, Várzea Grande e na zona rural da Capital.

E nessa segunda-feira (19 de março) o núcleo iniciou as atividades na Escola Estadual Professor Feliciano Galdino, no município de Nossa Senhora do Livramento (42 km ao sul de Cuiabá). A equipe do NugJur trabalhou durante a tarde a pacificação social na mudança de paradigmas, com a equipe pedagógica, através do círculo de construção de paz. Após esse primeiro contato com a coordenação, direção e professores, o núcleo também deve aplicar a dinâmica e o conteúdo com os pais e alunos da instituição de ensino.

A metodologia consiste em um conjunto ordenado e sistêmico de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias que visa à conscientização sobre os fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores de conflitos e violência. Na prática, reúne, em um ambiente de pacificação, o ofensor, vítima, famílias, membros da comunidade e demais envolvidos no fato danoso.

De acordo com a instrutora e orientadora do NugJur, Ana Tereza Pereira Luz, o objetivo desse trabalho é criar um senso comunitário e intermediar relacionamentos conflituosos para que eles não venham evoluir para um possível delito. “Trabalhamos em círculos para construir bons relacionamentos, evitar mal entendidos e para que resulte na quebra do ciclo da violência. Esse trabalho em escolas e em outros espaços é feito de forma preventiva, pois se for detectado algum conflito, ele vai ser trabalhado em conversação, não em um conflito vítima e ofensor, mas em um conflito inter-relacional.”

O diretor da Escola Estadual Professor Feliciano Galdino, Sebastião Medeiros, denota a importância das ações oferecidas pelo NugJur e a percepção instantânea da felicidade no semblante dos professores e participantes. “Eu só tenho a agradecer. É um trabalho fundamental. A partir do momento que você traz para o ambiente da escola alguns métodos para promover a paz, a interação entre escola, família e alunos é muito salutar. E quem tem a ganhar com tudo isso somos nós, comunidade de Livramento.”

Segundo a facilitadora de círculos de construção de paz do NugJur, Maria Luiza de Oliveira, o círculo de construção de paz traz essa dinâmica de todos estarem sentados em igualdade, de olhar nos olhos, de reflexão e é um momento em que há um consenso para a tomada de decisão. “Nós estamos fazendo essa conscientização com os professores, aquilo que é bom para que haja paz e traga harmonia à escola, trazendo os pais para essa responsabilidade de ajudar a escola e para os alunos também.”

Para o professor de física há 20 anos na Escola de Livramento, Honório Galvão, o projeto junto ao núcleo veio na hora certa, pois ele ajuda a entender os conflitos e a conduzir a um diálogo melhor com alunos e comunidade. “A sociedade atual vive sérios problemas relacionados à violência, de ordem estrutural e familiar. E tudo isso vem desaguar aqui na escola. E a gente tem que estra preparado para lidar com isso. Está sendo muito positivo. As dinâmicas são fantásticas e vão fazer com que a gente tenha um novo olhar sobre os alunos e consequentemente uma melhor resolução de conflitos.”


Criado em dezembro de 2017, o NugJur é idealizado pela presidente do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), desembargadora Clarice Claudino da Silva. A formação do núcleo cumpre determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na política judiciária nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesse no âmbito do Poder Judiciário e a introdução da Justiça Restaurativa no sistema de Justiça brasileiro.

O NugJur é presidido pela desembargadora Clarice Claudino da Silva e tem como coordenador o juiz auxiliar da Presidência Túlio Duailibi Alves de Souza. O núcleo possui também uma equipe multidisciplinar para dar suporte à capacitação, estruturação e coordenação das práticas restaurativas no âmbito do Judiciário mato-grossense. Atualmente 70 facilitadores estão em treinamento, em campo, acompanhados de orientadores para comporem os círculos de construção de paz.


Para continuar com o voluntarioso trabalho, o núcleo busca parcerias com os Centros de Referência e Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), pessoas envolvidas em situações comunitárias, entre outros lugares e possibilidades.
 




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