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Justiça e Direito
Terça, 03 de abril de 2018, 08h32

'Água para o Futuro' pretende reverter crise hídrica


Estudos científicos apresentados durante 8º Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília no período de 17 a 23 de março, indicam a ocorrência de uma grande crise hídrica no mundo. O projeto “Água para o Futuro”, desenvolvido pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso e parceiros, busca reverter esse quadro na capital mato-grossense. A iniciativa foi apresentada no referido evento que contou com a participação de especialistas, autoridades e cidadãos de mais de 170 países.

Com dois anos de execução, o projeto esteve entre as mais de 300 sessões que compartilharam mecanismos apropriados de cooperação para construir um mundo de estabilidade em torno das bacias hidrográficas e aquíferos. Mais de 100 mil pessoas participaram das atividades do maior encontro de água do planeta.

As apresentações do projeto realizado em Mato Grosso ocorreram no estande do Ministério Público Brasileiro que também foi palco de outras experiências desenvolvidas em outros estados. A tecnologia utilizada pelo projeto impressionou os visitantes.

Uma delas é a primeira ação civil pública com a opção de “Realidade Ampliada” protocolada este mês pela 17ª Promotoria de Justiça de Defesa Ambiental, da Ordem Urbanística e do Patrimônio Cultural de Cuiabá. A inovação, proporcionada pelo projeto “Água para o Futuro”, possibilitará ao magistrado visualizar todos os detalhes das imagens contidas na ação referente a danos ambientais. No caso exemplificado foi referente a danos causados a uma nascente, próxima a Rodoviária da Capital.

O promotor de Justiça Gérson Barbosa, coordenador e idealizador do projeto “Água para o Futuro”, explicou que software do projeto foi atualizado, contendo a opção Realidade Ampliada. Bastará o usuário fazer o download na loja correspondente, selecionar a opção reconhecimento de imagens, na lista lateral esquerda, e direcionar a câmera para as figuras que possuem a indicação para visualizar vídeos inovação e água para o mundo rural. O objetivo é chamar atenção para aspectos de gestão e participação da sociedade para garantir a disponibilidade hídrica a longo prazo.

Na oportunidade, ainda no Fórum Mundial, também foi lançado o manual com os procedimentos metodológicos para mapeamento, caracterização, monitoramento e reparação de danos ambientais das nascentes urbanas de Cuiabá. Elaborado pela equipe técnica do projeto a partir das experiências e capacitações desde sua implantação, o manual é inovador e ensina o passo a passo de como foi possível garantir a segurança hídrica de Cuiabá e o abastecimento de água potável.

Conforme mencionado pelo promotor de Justiça, o projeto primeiramente teve de “conhecer o problema”. Na busca de informações para formar a base de dados em nuvem (plataforma Geocloud), se depararam ainda em 2016 com a inexistência de mapeamento das nascentes urbanas de Cuiabá. “Nenhum órgão público, municipal ou estadual, possuía”, relata Gerson Barbosa.

Além das equipes de profissionais responsáveis pelos estudos ambientais das nascentes, o projeto também envolve diversas áreas da tecnologia para o armazenamento e processamento de dados geográficos, desenvolvimento do site e aplicativo para smartphone (com o apoio do Departamento de Tecnologia da Informação do Ministério Público de Mato Grosso), filmagens aéreas em alta definição, utilização de veículo aéreo não tripulado (VANT), para monitoramento, inspeções e perícias, confecção de mapas, entre outras funções.

“Atualmente, o mapeamento preliminar das nascentes é feito em laboratório, a partir de características topográficas e hidrográficas e de fotointerpretação de imagens da zona urbana de Cuiabá”. A eficiência do trabalho foi comprovada na identificação de uma nascente em Brasília. Em dois dias, a nascente foi identificada e mapeada. Todo o relatório produzido será entregue ao promotor de Justiça responsável pela atuação.

O coordenador do ‘Água para o Futuro’ foi procurado durante o evento mundial por organizações governamentais e não governamentais para que o projeto possa ser replicado em suas respectivas cidades. Segundo ele, somente com a união de conhecimento científico, resolutividade do Ministério Público, atuação eficiente da administração pública e Poder Judiciário e engajamento da sociedade civil será possível reverter o preocupante quadro de degradação das nascentes de Cuiabá e garantir o abastecimento hídrico para as presentes e as futuras gerações.

“O quadro é preocupante. A tarefa é árdua, Mas, felizmente, o projeto chegou a tempo”, concluiu.
 




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