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Justiça e Direito
Segunda, 03 de junho de 2019, 20h23

Costurando a Liberdade entrega certificados aos reeducandos de Cuiabá


Às vezes a vida é rasgada pela dor, virando retalho. Recomenda-se, nestes casos, costurá-lo com uma linha chamada recomeço. Assim são as histórias de 18 reeducandos da Penitenciária Central do Estado (PCE), que concluíram o curso de corte e costura em Cuiabá. A formação contou com 140 horas de aprendizado e foram ofertadas por meio do projeto ‘Costurando a Liberdade II’ uma parceria do Poder Judiciário de Mato Grosso, Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH), Senai e a iniciativa privada.

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O objetivo da capacitação é levar conhecimentos para que os reeducandos possam confeccionar peças do vestuário utilizado por todos os integrantes da unidade. Com uma população de quase 12 mil pessoas inseridas no sistema penitenciário estadual, o poder Judiciário, por meio do Núcleo de Execução Penal de Cuiabá busca soluções. “Não é só pelo curso em si, mas pelas pessoas que receberam a oportunidade. São pessoas que vem do raio 5, onde estão presos os mais perigosos do Estado. Então nós os tiramos da ociosidade e lhes oferecemos uma chance de mudar. Estamos na maior unidade penitenciária de Mato Grosso e vemos que nascem flores nos mais inóspitos lugares e há esperança”, ponderou o juiz da Segunda Vara Criminal de Cuiabá, Geraldo Fidelis.

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De acordo com o secretário adjunto de Administração Penitenciária, Emanoel Flores, essa é uma grande ocasião de mudar de vida. “As pessoas que estão presas, uma hora retornarão à sociedade. Então nossa secretaria vem desenvolvendo parcerias para qualificá-los e oferecemos o ensino profissionalizante”, disse. Já o diretor da Penitenciária Central do Estado (PCE), Revetrio Francisco da Costa, avaliou que esse é um grande passo rumo a ressocialização. “O cidadão quer que o preso cruze o portão para dentro de um jeito e saia daqui preparado. Isso depois de passar pelo trabalho, disciplina, religião e apoio da família aqui dentro”, analisou.

E a mão que é ofertada, veio por meio de capacitações em cursos como corte e costura, cabeleireiro e carpintaria. “Temos que dar um retorno à sociedade e acreditamos que investir em presídios é sempre positivo. Ficamos felizes de concluirmos uma turma como essa que formaram 18 alunos”, ponderou a gerente do Senai, Mozara Guerreiro.

Para o reeducando J.L.B., o curso é uma oportunidade de aprendizado e deve ser valorizado pelos companheiros. “Ajuda na liberdade da gente e para podermos ter um rumo. Esperamos que surjam mais chances para os nossos colegas da prisão. É importantíssimo e quanto mais cursos forem ofertados, mais de nós os abraçaremos”, comentou.

Além dele, P.C.R. de 57 anos, avaliou que a importância do ‘Costurando a Liberdade II’ e de todos os demais cursos é o aprendizado. “Podemos usar isso lá fora, quando ganharmos a liberdade. Queremos e ansiamos por mais espaços como esses para podermos trabalhar, aprender e passar o tempo aqui. Apesar de a sociedade nos generalizar há muitos de nós querendo recuperação”, comentou.
 




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