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Educação
Domingo, 29 de janeiro de 2017, 08h33

Na volta às aulas, ONU Mulheres reforça importância do ensino da igualdade de gênero


A ONU Mulheres lembrou na quarta-feira (25) o Dia Laranja Pelo Fim da Violência contra as Mulheres, e alerta que para prevenir a violência decorrente do machismo, é necessário promover a igualdade de gênero em escolas e universidades, por se tratarem de espaços voltados para a formação integral de meninas e meninos, homens e mulheres.

Celebrado a cada dia 25, o Dia Laranja alerta para a necessidade urgente de prevenir e eliminar a violência contra as mulheres e meninas. A data visa a convocar ativistas, governantes, gestores e agências das Nações Unidas a se mobilizar pela prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas todos os dias.

O Brasil assumiu compromissos internacionais de promover os direitos das mulheres e o ensino pela igualdade de gênero. Entre eles, está a Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW), a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará) e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Nacionalmente, há a Lei Maria da Penha, que prevê que os currículos escolares de todos os níveis de ensino abordem conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência contra a mulher.

De acordo com relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) sobre violência escolar e bullying, lançado em janeiro deste ano, milhões de meninas e meninos sofrem com a violência no ambiente escolar.

Segundo o documento, esses atos são impulsionados por “dinâmicas de poder desiguais, que muitas vezes são reforçadas por normas e estereótipos de gênero, orientação sexual e demais fatores que contribuem para a marginalização — como pobreza, identidade étnica ou idioma”.

Levantamento feito pelo Fórum de Segurança Pública no ano passado mostrou que um em cada três brasileiros culpa a vítima pelo estupro: 42% dos brasileiros do sexo masculino disseram acreditar que “mulheres que se dão ao respeito não são estupradas”.

O resultado aponta para o pensamento predominantemente machista da população, que culpa a vítima pela violência sexual sofrida com base em julgamentos morais sobre a forma como devem se vestir, o horário em que circulam pelas ruas ou o fato de saírem sozinhas.

“Estereótipos reforçados o tempo todo, como ‘menino não chora’ e ‘menina que usa roupa curta está provocando’, seguem como um freio às possibilidades que meninas e meninos podem alcançar”, disse Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil.

“A educação pode alterar a percepção sobre o papel da mulher na sociedade e a tolerância à violência de gênero. É possível ensinar meninos e homens a não ser violentos e a ter respeito. E, embora valores e comportamentos machistas ainda estejam muito presentes, 91% dos entrevistados da pesquisa do Fórum de Segurança Pública acreditam que seja possível ensinar meninos a não estuprar”, completou Nadine.

Uma das formas de prevenir a violência é garantir que os profissionais de educação estejam preparados para ensinar sobre igualdade de gênero.

Com o intuito de contribuir para o ensino do tema no Ensino Médio, a ONU Mulheres elaborou um currículo e seis planos de aula para conscientizar professores e professoras, meninos e meninas sobre o direito das mulheres e meninas a uma vida livre de violências.

Financiado pelo União Europeia, o currículo também trabalha o conceito de masculinidades, com o intuito de promover masculinidades positivas e desconstruir comportamentos machistas.

As aulas abordam os seguintes temas: sexo, gênero e poder; violências e suas interfaces; estereótipos de gênero e esportes; estereótipos de gênero, raça/etnia e mídia; estereótipos de gênero, carreiras e profissões; diferenças e desigualdades; e vulnerabilidades e prevenção.

“Se não olharmos para as desigualdades de poder entre homens e mulheres, os papéis sociais restritivos de gênero, e buscarmos formas mais igualitárias de viver em sociedade, compartilhando responsabilidades e deveres, não será possível acabar com o machismo e a violência contra mulheres e meninas”, concluiu Nadine. 




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