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A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Câmpus de Cuiabá, recebeu entre 14 e 29 de outubro a professora Blanca Susana Vega Martínez, da Universidad Autónoma de SanLuis Potosí, no México. Na oportunidade, a docente ministrou palestras, participou de rodas de conversa e ofereceu um tópico especial para estudantes dos Programas de Pós-Graduação em História (PPGHis), Pós-Graduação em Estudos de Linguagem (PPGEL) e em Estudos de Cultura Contemporânea (Ecco).
Abarcando o tema “Educação, representação e corpos: História das mulheres no México”, campo de estudos da pesquisadora, as atividades tiveram como objetivo promover a cooperação científica interdisciplinar e internacional, e fomentar os avanços de pesquisas nas áreas de História, Linguagens e Estudos da Cultura Contemporânea.
O intercâmbio de saberes a arcabouços teóricos utilizados pelos pós-graduandos marcou a visita da professora. “Para mim, unir estudantes dos três programas me deu a oportunidade de trabalhar não somente a história, mas a interdisciplinaridade que também realiza estudos nessa área”, destacou a pesquisadora, que atualmente desenvolve os projetos “Violencia y explotación laboral en empleadas domésticas de la zona Altiplano de San Luis Potosí”, “Profesoras universitarias en los albores del siglo XX en la Universidad Autónoma de San LuisPotosí” e “Estudio diagnóstico sobre la situación socioeducativa de estudiantes com discapacidad que ingresan, egresan y desertan en la UASLP.”
Atualmente colocada em destaque no cenário internacional, a questão de gênero também é contemporânea no ambiente acadêmico.
“Os trabalhos acerca da história das mulheres tem sido uma área que tem muito poucos estudantes. Além disso, é um campo novo, com 40 anos, o que instiga investigações”, explica a docente.
Apesar do entrave idiomático e de aspectos sociais, históricos e econômicos distintos, as realidades enfrentadas pelas mulheres mexicanas e brasileiras não são muito distantes. “O que encontramos, no caso de ambas, foi uma história silenciada, esquecida, e que ainda poucas vezes é retratada na história oficial de alguns países”, destaca a professora visitante, que atua nas Linhas de Pesquisa História das Mulheres, Sujeitos vulneráveis na educação e Biografias na Educação e integra a Federação de Mulheres Universitárias e de Graduate Women International, com sede em San Luis de Potosí e vem desenvolvendo parcerias com o Brasil desde 2016, através de grupo de pesquisa e do jornal Pensar a Educação em Pauta.
Além dos limites geográficos
A visita da docente, que pretende reforçar os laços entre Brasil e México, foi oportunizada através de edital para professor pesquisador internacional visitante, da Secretaria de Relações Internacionais (Secri), que visa a internacionalização das relações interinstitucionais da UFMT.
Para a professora Ana Maria Marques, docente do PPGHis e também anfitriã da pesquisadora visitante, a oportunidade proporcionada garante a premissa de construção e compartilhamento do conhecimento científico para além de barreiras geográficas. “Esse é o espírito do desenvolvimento científico, do que se faz dentro da universidade. Ele se constrói assim: precisa expandir e haver essas trocas e cooperações entre os pesquisadores”, avalia a docente.
Segundo Ana Maria Marques, trazer pesquisadores de países vizinhos retira o eurocentrismo que a produção de conhecimento científico vive na atualidade, “Nós não temos muito a cultura de nos integrarmos dentro da América Latina. Muitas das vezes as formações são feitas da Europa, nos Estados Unidos. Nós não conhecemos muito nossos próprios vizinhos” destaca.
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