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Educação
Terça, 06 de março de 2018, 09h24

Seduc convida ONU para ajudar em projetos de escolas indígenas


Foto: Adilson Rosa
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Numa ação inédita de qualificação, a Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) recebeu especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops), para um workshop técnico direcionado a engenheiros e arquitetos que planejam a infraestrutura das escolas estaduais em Mato Grosso. O foco principal foi mostrar a necessidade de inovação, seguindo parâmetros internacionais de sustentabilidade.

O workshop 'Edificações verdes e infraestrutura sustentável' foi realizado no auditório da Seduc e conduzido pelo doutor em arquitetura sustentável Muhamad Afiq Salehudin e o pelo diretor global de infraestrutura do Escritório das Nações Unidas, o engenheiro civil britânico Steven Crooskey.

Os representantes da ONU abordaram a importância de planejar um projeto integrado, que atenda aos anseios da comunidade, utilizem insumos locais e que seja adaptado ao meio ambiente que será inserido. Essa iniciativa busca incentivar que os arquitetos ousem em seus projetos e pensem em escolas com tecnologias construtivas alternativas em harmonia com a natureza e respeitando a cultura local.

 

Conforme destacou o diretor Global de Infraestrutura do Unops, Steven Crosskey, é importante entender a infraestrutura sustentável, planejar, fazer um desenho adequado, construir, operar e manter. “Temos vários exemplos no mundo inteiro de como podemos apoiar o governo no desenvolvimento da capacidade técnica, particularmente, na fase de planejamento e de desenho dos projetos. Estamos muito felizes de estar aqui e ajudar em um projeto como este”, ressaltou Crosskey.

O Unops é especialista em infraestruturas sustentáveis e resilientes em áreas de difícil acesso e trabalha em cerca de 80 países.

Escolas indígenas

A expectativa do secretário de Educação Marco Marrafon é que esse know-how contribua para resolver um antigo problema da Seduc, que é conseguir atender a demanda de escolas indígenas e do campo. Em algumas localidades, como o Parque Nacional do Xingu, por exemplo, no período das cheias só é possível chegar usando balsa.

Em 2007, o Governo Federal liberou recursos para a construção de 68 escolas indígenas no Estado. Em 2014, o Governo de Mato Grosso devolveu R$ 15 milhões aos cofres do Governo Federal, 28 escolas deixaram de ser construídas, porque além da falta de planejamento, por parte dos gestores da época, em muitas licitações não apareceram interessados para a obra por falta de logística.

 

Marrafon ressalta que os estudantes de hoje buscam muito além de uma estrutura tradicional escolar de carteiras e quadro-negro. “É preciso pensar diferente e ousar para que, com espaços mais atrativos, possamos despertar nos alunos o prazer de estudar e se tornarem disseminadores de boas práticas”, destaca.

O secretário lembra que edificações que causem em seus usuários o sentimento de pertencimento influencia diretamente no rendimento escolar e na forma como cuidam dos espaços.

Diante isso, o secretário autorizou a retomada de um antigo projeto, que começou em 2010, em parceria com o Ministério da Educação, Fundação Nacional do Índio, Associações indígenas e o Território Etnoeducacional do Xingu. Na época, a Seduc realizou uma oficina de arquitetura do diálogo, na reserva indígena onde começou a ser desenhado o projeto da Escola Sonhada, em formato de um cocar, símbolo da cultura local.

A atual gestão alterou o projeto executivo, definindo o modelo construtivo em bioconstrução para aproveitar o máximo possível a matéria-prima disponível na região e mão de obra local.

O projeto da Escola Sonhada encantou os representantes do escritório da Nações Unidas, que serão parceiros da Seduc sem custo financeiro para o Estado de Mato Grosso.

A escola piloto vai ser construída na aldeia Piyulaga do povo Waurá, no alto Xingu e também conta com a parceria do Ministério Público Estadual.


 




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