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Educação
Domingo, 05 de agosto de 2018, 08h41

Estudante do Instituto Federal do Ceará cria tijolo ecológico em Juazeiro do Norte


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Com o objetivo de encontrar meios mais sustentáveis de construção em Juazeiro do Norte (CE), o estudante Danilo Acácio Pereira Lima, do Instituto Federal do Ceará (IFCE), tem dedicado tempo – e já colhido resultados positivos – na criação de soluções. Aluno do curso de tecnologia em construção de edifícios do campus Juazeiro do Norte, o jovem de 28 anos desenvolveu um projeto de fabricação de tijolos ecológicos que são mais resistentes e duráveis.

Os tijolos são ecológicos justamente pela maneira como são produzidos. Segundo o estudante, os tradicionais de alvenaria consomem muitas árvores no processo. “Vai queimar de seis a 12 árvores para fazer mil tijolos. Esse meu tijolo não. Eu faço a massa, faço a porcentagem certa de 10% de cimento e jogo água, faço a hidrocura. Ou seja, a água entra e faz a aglutinação com o cimento, com o solo e com a argila. E a diferença para a alvenaria tradicional é essa, justamente não queimar árvore”, explica Danilo.

Até alcançar esse resultado, o estudante se dedicou a pesquisas que comprovaram as vantagens do tijolo ecológico e que demonstraram, por exemplo, que essa forma de produção resulta em um material mais resistente à pressão e à tensão, conforme unidades e medidas internacionais. O diferencial também está no uso de rochas e minerais com origem na região cearense. “De força ele tem dois megapascal, que é uma medida de força internacional. Enquanto que a alvenaria tradicional, que queima de seis a 12 árvores, tem um megapascal. Um outro estudo, [por meio do] que fui aprovado na mostra científica, mostra que se você colocar ainda o calcário laminado, que na nossa região aqui do Ceará é só o que tem e que se chama pedra de Santana, o tijolo alavanca para quatro megapascal”, destaca.

Segundo o estudante, a técnica se assemelha à prática milenar da construção da maior muralha do planeta. “Ele usa da mesma tecnologia da Muralha da China, que é o BTC, ou Bloco de Terra Comprimida. Eu tenho o maquinário do IF que comprime a terra. Ele comprime 16 toneladas. Aí, depois de 24 horas, eu jogo a água e o tijolo fica duro. É quando se alcança esses dois de força”.

Oportunidade - O projeto de Danilo Acácio acabou se expandindo e passou a ter a participação da comunidade, assim como de meninos encaminhados pela Justiça local. O envolvimento serve de incentivo no aprendizado e na possibilidade de geração de renda no futuro. “Quando eles chegam, ficam assim, com os olhinhos brilhando”, aponta o estudante.

Danilo conta que, no início, houve algumas dificuldades na aplicação da parte teórica de todo o conteúdo, mas foi mesmo na prática que os meninos participaram para valer. “Uma coisa é quando eles entram na sala de aula, no ar condicionado, dando aquela vontade de dormir. Outra, quando eles saem para fazer o tijolo. Parece uma iluminação para eles”, conta, orgulhoso, o jovem que agora investe seus planos na construção de uma fábrica na região. “Quem sabe fazer uma fábrica para ONGs, para fazer escolas bioconstruídas que vão durar bem mais, com conforto térmico por conta da argila. Quando está muito quente, a casa fica com temperatura ambiente, por causa do barro.”




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