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Educação
Sábado, 01 de setembro de 2018, 12h12

Instituições de ensino promovem debate sobre educação inclusiva


Conscientizar profissionais sobre a educação de estudantes com deficiências visual e auditiva foi o objetivo do Seminário Escola sem Barreiras, realizado no Campus Monte Castelo do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), em São Luís (MA), encerrado no dia 30.

Durante quatro dias, professores do Instituto Benjamin Constant (IBC) e do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) – referências no Brasil e na América Latina em educação especializada para pessoas com essas deficiências – ministraram palestras e oficinas a mais de 400 professores e funcionários de escolas do Maranhão e estados vizinhos.

As palestras abordaram diferentes tipos de serviços e recursos que apoiam os profissionais e a escola para acolher, manter e desenvolver atividades curriculares junto a estudantes com deficiências sensoriais. Foram oferecidas também oficinas com conteúdos importantes sobre esses serviços e recursos, tais como fundamentos do sistema Braille e da Língua Brasileira de Sinais (Libras), produção de materiais didáticos especializados, orientação, mobilidade, entre outros.

Para os participantes, o seminário foi uma oportunidade de conhecer as principais barreiras para a participação e aprendizagem desses estudantes, além de uma oportunidade para minimizar angústias que os professores têm quando recebem esses estudantes sem a devida capacitação.

“Eu me lembro da sensação de impotência que tinha ao preparar uma aula e saber que não iria abranger todos os alunos da sala porque tinha um ou outro que não conseguiria acompanhar o que seria dito ou mostrado”, contou a professora do curso de Segurança do Trabalho do Campus Monte Castelo do IFMA, Ana Cristina Ammiratti.

Ana Cristina diz que hoje, no entanto, já tem o apoio de tradutores intérpretes de Libras nas turmas em que há alunos surdos. O Instituto conta também, em seu quadro de servidores, com uma revisora de textos em Braille, que atua ainda no ensino deste sistema junto a estudantes com deficiência visual ou em processo de perda da visão. Este é o caso de Anderson Monteiro, 21 anos, que frequenta as aulas de Ana Cristina e sabe que ficará cego mais cedo ou mais tarde.

Com baixa visão desde criança, Anderson diz que ainda há muito a avançar. “Material ampliado é bom, ajuda, mas o que faz falta mesmo é termos professores que saibam como passar os conteúdos para quem não enxerga. Na verdade, eles têm que querer aprender, se especializar, aumentar seus conhecimentos nessa área, mas infelizmente, nem todos fazem isso”, desabafa o estudante.

O professor João Batista Botelho, chefe do Departamento de Direitos Humanos e Inclusão do IFMA e organizador do seminário, reconhece que remover todas as barreiras para a inclusão da pessoa com deficiência é um processo difícil, mas irreversível, e que as instituições devem se esforçar mais para alcançar acessibilidade plena.

Botelho ressalta a importância dos institutos federais, com a capilaridade que têm em todo o território nacional, atuarem como polos na formação de professores especializados para atender essas e outras deficiências. “A avaliação que tivemos desse seminário é bastante positiva e esperamos promover outros semelhantes com o IBC e o INES, inclusive com duração maior, com a proposta de mudar a realidade dos alunos com deficiências visual e auditiva nas escolas do Maranhão”, completou.

Marco – Para o diretor geral do INES, Marcelo Cavalcanti, a parceria com o IBC para a realização do seminário foi muito proveitosa e deve se repetir em outros estados. “Considero este evento um marco inicial de um importante trabalho que as duas instituições podem e devem desenvolver com o IFMA e todos os demais institutos da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica”, disse.

O diretor geral do IBC, João Ricardo Figueiredo lembrou que as duas instituições têm mais de 160 anos de conhecimento prático e teórico em suas áreas, que precisa ser compartilhado de forma sistemática o mais urgentemente possível. “Para que a inclusão dos alunos com deficiência visual e auditiva seja efetiva é preciso que todos os envolvidos no atendimento a eles sejam preparados para isso. E esta é uma das principais missões das instituições especializadas como o IBC e o INES”, concluiu o diretor.




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