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Educação
Quinta, 27 de setembro de 2018, 05h31

UFMT realiza seminário sobre acesso e permanência do surdo na Universidade


No dia nacional do surdo, celebrado nesta quarta-feira (26), a Gerência de Capacitação e Qualificação (GCQ), vinculada à Coordenação de Desenvolvimento Humano (CDH) da Secretaria de Gestão de Pessoas da Universidade Federal de Mato Grosso (SGP/UFMT), em parceria com o curso de Letras/Libras, vinculada ao Instituto de Linguagens (IL), realizou o seminário “Inclusão: Acesso e Permanência do Surdo na UFMT”. A atividade aconteceu no auditório M do Instituto de Linguagens.

Segundo o gerente de Capacitação e Qualificação da UFMT, André Baptista Leite, a GCQ é uma grande parceira de todas as ações voltadas para acessibilidade e inclusão na UFMT. “Essas ações são muito importantes para que a efetividade da inclusão se faça no nosso dia a dia, derrubando todas as barreiras, sejam físicas ou comportamentais”, pontuou.

O professor Fábio Vieira de Souza Junior, docente no curso de Letras/Libras e organizador do evento, destacou que o objetivo da atividade é dar visibilidade aos surdos que estão dentro da UFMT. “Eles estão aqui e temos que pensar em políticas para atender essa demanda. Não é só colocar um intérprete ou professores, porque ficamos circunscritos a um só departamento. A gente quer dar visibilidade para que as pessoas saibam do curso, que tem surdo dentro da Universidade, tanto professor, quanto estudante, para que elas possam se interessar para se comunicar e aprender Libras como idioma e, como consequência disso, mudarem as atitudes”, explicou, acrescentando que, também como coordenador de ações na extensão, já começa a perceber a mudança. “Vemos uma demanda muito grande da comunidade externa e a Gerência de Capacitação e Qualificação abriu turmas que contaram com participação de professores e técnicos interessados em aprender Libras por já ter tido um contato com a comunidade surda que está aqui dentro ou que pretende entrar na Universidade”, completou.

Palestrante do evento e docente do curso Letras/Libras, a professora Tatiane Fernanda Lopes Hardoim, destacou que a importância do evento está na constatação de que os surdos vêm em uma situação educacional bastante crítica. “Então, para que ele consiga o acesso, ainda hoje ele tem muitas barreiras a serem rompidas, como as estratégias pedagógicas, falta de interpretes e materiais”, contou.

“Os primeiros surdos a ingressarem na UFMT foram no curso de Letras/Libras, nós temos a primeira professora surda e é uma luta para que eles consigam ter a permanência, porque conseguiram o acesso, mas ainda há muitas lutas e barreiras a serem rompidas fora da sala de aula de Letras/Libras. Temos no curso professores bilíngues, que dominam a Língua Brasileira de Sinais e a língua portuguesa, comunicando com surdos e ouvintes mas acontece no âmbito de sal de aula. Infelizmente a gente não tem uma comunidade preparada. Então é bom ter essa fala para que todos os servidores possam entender um pouco mais sobre essa dificuldade dos estudantes que estão na UFMT”, acrescentou.

Já a professora Reany de Oliveira, também do curso Letras/Libras, ressaltou que o objetivo do seminário é fomentar para que as pessoas surdas tenham acesso na universidade e mostrar como isso é possível. A docente surda explicou que sua fala também abordaria leis e alguns decretos que fomentam para que as pessoas percebam e tenham conhecimento e uma ampliação sobre a temática. “Não é só mostrar uma questão de lei, mas fomentar, na prática, como ela pode ser feita. Vamos mostrar também a questão da permanência desse sujeito por meio dessas experiências surdas e também das questões de surdos e ouvintes nesse âmbito de interação utilizando a língua brasileira de sinais dentro de uma Universidade. Não há exclusão, por isso vamos trabalhar a questão de como incluir e a importância dessa inclusão na UFMT”, disse.

Programação

O coordenador do curso de Letras/Libras da UFMT, professor Josué Shimabuko da Silveira Júnior, afirmou que é importante a realização do seminário, sobretudo neste dia. “É de suma importância usar essa data para divulgação e para mostrar que os surdos estão aqui. Não é simplesmente ingressar na Universidade, há necessidade de um subsidio para ele estar aqui e o movimento surdo luta para que eles consigam estar aqui com qualidade”, pontuou.

Além das palestras das professoras Reany de Oliveira e Tatiane Fernanda Lopes Hardoim, o evento também contou com a exposição de banners com trabalho dos estudantes do curso de Letras/Libras, apresentação de quatro cenas de teatro e do coral de Libras.
A servidora técnica administrativa Silvana Aparecida de Arruda, que é PcD, disse que foi ao evento com intenção de aprender um pouco da legislação que regulamenta o curso e também os direitos do surdo. “Posso precisar desses direitos porque eu sou PcD e estou aqui para tentar me informar e aprender”, explicou.

Já a estudante do terceiro semestre do curso de Letras/Libras, Huinny Cristina Neves Duarte, destacou que o seminário é uma ótima oportunidade porque o surdo, geralmente, não é incluso. “Falta acessibilidade em todas as partes, tanto em órgãos públicos como na iniciativa privada. Essa é oportunidade para estarmos incluindo e praticando a inclusão”, finalizou.




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