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Economia
Segunda, 31 de maio de 2010, 17h34

Estatais investem R$ 25 bilhões em 2010; maior valor em 16 anos


Leandro Kleber
Do Contas Abertas

As estatais federais mais uma vez bateram recorde de investimentos (execução de obras e compra de equipamentos) em 2010. Entre janeiro e abril, as 75 empresas com programação orçamentária para este ano aplicaram R$ 25 bilhões; o maior montante já registrado para o período desde 1995, em valores atualizados. O Grupo Petrobras, com 29 entidades vinculadas, puxou a locomotiva, com R$ 23 bilhões desembolsados em atividades no setor de petróleo, derivados e gás natural. A quantia investida pelas estatais no primeiro quadrimestre deste ano é 29% superior aos R$ 19,4 bilhões aplicados em igual período de 2009, até então maior valor da série histórica.

 

Na lista das estatais estão 67 do setor produtivo e 8 do setor financeiro. Das empresas do setor produtivo, 15 pertencem ao Grupo Eletrobras, 29 ao Grupo Petrobras e as 23 restantes estão agrupadas em demais empresas (Banco Nossa Caixa, Infraero, Correios, entre outras). Não estão computadas as entidades cujas programações constam integralmente dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, nem aquelas que não programaram investimentos.

 

A previsão orçamentária de investimentos para 2010 está fixada em R$ 94,5 bilhões, 13% a mais que a dotação autorizada de 2009 e 31% maior do que o montante efetivamente pago no ano passado. No total, a verba contempla a execução de obras e serviços em 366 projetos e 274 atividades. Os R$ 25 bilhões investidos até abril equivalem a 26% da dotação anual.

 

Para o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, o aumento recorde dos investimentos das estatais está relacionado basicamente a três fatores: a decisão do governo de dar ênfase às estatais, em uma postura que ele chama de pró-estatismo; o fato da Petrobras não estar mais no cálculo dos resultados primários; e a descoberta de novos campos de exploração como o pré-sal.

 

“Com os efeitos da crise financeira [do final de 2008 e começo de 2009], os governos mundiais, assim como o brasileiro, passaram a aumentar as aplicações para compensar as perdas do setor privado. O governo Lula, principalmente a partir do segundo mandato, deu maior ênfase aos gastos das estatais, em uma posição de estatismo. Excluir a Petrobras do resultado primário também possibilitou aumentar os investimentos, que antes eram um pouco mais contidos”, afirma.




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