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Pesquisa/Tecnologia
Terça, 16 de novembro de 2021, 07h26

Cuiabá tem ilhas de calor com aumento de 10ºC na temperatura


Adensamento de edificações e falta de árvores são responsáveis

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Claro que Cuiabá é quente. Qualquer um que já passou por aqui pode atestar quanto a isso, mas só quem já andou ou dirigiu pelo centro sabe o quão impiedoso o sol pode ser. Mesmo se você tem a sorte de estar em um carro com ar condicionado, chegando no centro vai precisar considerar aumentar a potência do vento para desfrutar de algum conforto térmico.

Também é claro que nada disso é por acaso. De acordo com uma pesquisa desenvolvida no mestrado do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a alta densidade de construções e a ausência de áreas verdes no centro são um dos principais fatores que contribuem para o surgimento de ilhas de calor, sendo que no centro de Cuiabá esse fenômeno pode aumentar a temperatura em mais de 10ºC, comparado com regiões mais afastadas.

“O centro de Cuiabá é uma grande área continuamente edificada e com poucos espaços verdes. Esse alto adensamento de áreas edificadas promove um efeito bola-de-neve na concentração do calor urbano e é o que observamos ali”, explica o pesquisador responsável, Hugo Vilela Lemos Ferreira.

O objetivo da pesquisa era analisar a estrutura térmica espacial urbana de Cuiabá e, para isso, foi necessário reunir e cruzar dados da bibliografia disponível sobre características geográficas da cidade, medições em campo sobre o espaço urbano e o sensoriamento remoto, usando imagens de satélite.

“Em campo, se observou os aspectos da morfologia urbana: a disposição dos elementos tridimensionais da cidade: ruas, casas, edifícios, vegetação; a organização de cânions urbanos, de quarteirões, e bairros. Com o sensoriamento remoto, utilizando imagens de satélite da época (2017), foram feitas classificações espectrais dos tipos de superfície identificados no campo prévio e de algumas das 17 classes padrão da classificação de Zonas Climáticas Locais. Com o geoprocessamento, foram delimitados os limites das zonas encontradas na cidade e produzido o mapa final”, afirmou o pesquisador.

A dissertação já foi agraciada em duas premiações. Vencedora do “Prêmio Aziz Nacib Ab’Sáber” de Melhor Dissertação de Mestrado do Biênio 2019-2020, promovido pela Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia; e menção honrosa no “Prêmio Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro”, 1º Concurso de Melhor Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado em Climatologia Geográfica, promovido pela Associação Brasileira de Climatologia (ABClima).

“Acredito que o que motivou a vitória pode ter sido a integração entre os temas teóricos e práticos trazidos na mesma. Por um lado, utilizou-se da teoria clássica da climatologia urbana do Brasil, e do tema recente da classificação em Zonas Climáticas Locais. E de outro, as metodologias de estudo do clima urbano, utilizando dados da atmosfera e da superfície por sensoriamento remoto satelital”, concluiu o pesquisador.




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