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Terça, 24 de novembro de 2015, 13h38

Seduc lança projeto 'Rondon nas escolas'


Foto: Aline Coelho 
Projeto leva conhecimento sobre obra do marechal Cândido Rondon a estudantes da rede pública
 

Detalhes da trajetória de um pioneiro mato-grossense com grande influência histórica no país, contados com arquivos inéditos em fotos e filmes de expedições que envolviam biologia, geografia, sociologia e antropologia do Cerrado e Amazônia brasileiros. Essa é parte da biografia do marechal Cândido Mariano da Silva Rondon apresentada a estudantes de escolas estaduais por meio do projeto “Rondon nas escolas”.

O projeto que foi lançado nessa segunda-feira (23.11) na Escola Estadual Santa Claudina no distrito de Mimoso, em Santo Antônio do Leverger (a 70 km de Cuiabá) integra as comemorações do ano de marechal Rondon, considerado o Patrono das Comunicações no Brasil. A lei que estabelece a comemoração foi sancionada pelo governador Pedro Taques em abril, se dá em razão da celebração dos 150 anos de Rondon, que nasceu em 05 de maio de 1865.

O projeto é a apresentado pelo jornalista e cineasta Cacá de Souza, que introduz os estudantes ao tema com uma palestra, seguida da exibição dos documentários "Roosevelt Rondon, a Expedição" (1998) e “Rondon e a Cartografia” (2011) produzidos por Cacá, que pesquisou a vida e obra do marechal.

“Eu vou contar a história de uma criança negra e pobre, no qual a escola fez a diferença na vida dela”, relata o jornalista que completa: “Rondon ficou órfão aos dois anos quando a mãe morreu, o pai já havia falecido antes mesmo dele nascer. Que futuro esse menino teria? Mas até hoje ele é o único brasileiro indicado duas vezes ao Prêmio Nobel, e é o mais famoso cientista brasileiro no exterior”.

A escola Santa Claudina foi escolhida para receber o lançamento do projeto, pois foi lá que a história de Rondon começou. Fundada em 1948, a escola está também no mesmo local onde residiram e estão sepultados os pais do marechal. Os fatos históricos são representados por obeliscos construídos no jardim da escola. A unidade escolar em Mimoso atende cerca de 300 alunos de ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos (EJA), na sede, e em duas salas anexas, nas localidades vizinhas de Porto de Fora e comunidade Água Branca.

Entre os jovens que assistiram a apresentação durante essa segunda-feira está Ana Caroline de Souza Brandão, 11 anos, que diz compreendeu melhor a história de Rondon após a programação. “Eu sabia que ele era um homem importante, mas não entendia bem o porquê. Hoje eu descobri que a mãe dele era indígena do povo Terena e que ele fez o primeiro mapa de Mato Grosso”, explica a estudante.

“O pioneirismo científico no contato com a fauna, a flora e os indígenas, e a documentação de fotografias e filmagens dos trabalhos desenvolvidos são alguns dos aspectos que tornam ele um personagem único na história do país. E o trabalho dele é tão grandioso que percebo no contato com os estudantes que eles o enxergam parecido ao personagem Indiana Jones”, comenta Cacá Souza.

Rondon nas escolas

A apresentação do projeto percorre quatro municípios até dezembro. As cidades foram escolhidas pela representatividade histórica do trabalho desenvolvido por Rondon. A escola do Distrito de Mimoso é conhecida como o berço de Rondon.

Em Campo Verde o evento, que será aberto à comunidade, acontece na próxima quarta-feira (25.11). Para o cineasta, o município representa as quase cem cidades que se desenvolveram ou foram fundadas por migrantes sulistas que vieram para Mato Grosso após o trabalho cartográfico de Rondon, observado como o maior trabalho científico do país. A ocupação de Mato Grosso se deu após o trabalho desenvolvido por ele, pois o Patrono das Comunicações detinha a informação e conhecia os caminhos dentro do Centro-Oeste e Amazônia.

Depois será a vez de Rondonópolis na quinta-feira (26.11), onde foi instalado um dos principais postos telegráficos do Estado pelo marechal Rondon, que já previa o entroncamento de duas importantes vias da região, as rodovias BR-163 e BR-364.

A capital recebeu o projeto piloto na Escola Estadual Eliane Digigov, no fim de outubro, e será sede da finalização do projeto em 2015 no dia 1º de dezembro. Técnicos das superintendências de Diversidades e Educação Básica acompanham e avaliam a programação para possível expansão em 2016.

Ano de Rondon

No início do ano letivo, a Secretaria de Estado Educação (Seduc) lançou um concurso de redação com o tema “Rondon: De Sertanista Sonhador a Desbravador de Fronteiras”, que tem como público os alunos da rede estadual. O concurso está na fase final. Os primeiros colocados de cada categoria receberão premiação em uma cerimônia no Palácio Paiaguás.

Anexo à escola Santa Claudina foi inaugurada na última quarta-feira (18) a Sala da Memória de Rondon, no antigo posto telefônico do distrito. O local retrata a convivência de marechal Cândido Rondon com a comunidade. O apoio do Governo do Estado ao projeto possibilitou a doação do mobiliário pela Embaixada da Nova Zelândia no Brasil, que incentiva iniciativas como esta.

Em frente à escola foi retomada a construção do Complexo Turístico e Histórico de Mimoso, mais conhecido como Memorial Rondon, abandonado desde 2006. Também no início desse ano a obra recebeu um orçamento total de R$ 2.979.377,18 que compreende a conclusão da complexo.Essas e outras atividades em alusão à vida e realizações deste importante mato-grossense seguem até 05 de maio de 2016.

Cacá Souza

O jornalista e cineasta é paulistano, radicado em Mato Grosso há quase 30 anos. Cacá pesquisa a vida e a obra do Marechal Rondon desde 1989 e é considerado uma referência quando se fala em Cândido Mariano da Silva Rondon (1865-1958). O jornalista já produziu dois documentários sobre o mimoseano mais famoso, "Roosevelt Rondon A Expedição" (1998) e “Rondon e a Cartografia” (2011).

No primeiro trabalho, Cacá realizou uma pesquisa documental em instituições do Brasil e dos Estados Unidos e retrata no filme a árdua viagem científica realizada pelo ex-presidente americano Theodore Roosevelt e o marechal Rondon para chegar à nascente do rio da Dúvida, no centro da América do Sul.

Na segunda produção, o cineasta apresenta a contribuição da Comissão Rondon para a cartografia brasileira do século XX.  




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