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Economia
Segunda, 02 de julho de 2012, 07h23

Empresários veem piora no cenário para 3º trimestre


O Índice de Confiança do Empresário de Pequeno e Médio Negócios (IC-PMN) mostra que os empreendedores de pequeno porte estão menos otimistas com as perspectivas econômicas para o terceiro trimestre. Houve queda de 4,10% no indicador, que passou de 74,3 pontos no segundo trimestre para 71,2 pontos no próximo. No entanto, as previsões com relação ao faturamento, lucro e contratações de empregados mantiveram-se praticamente estáveis, revela a nova pesquisa.

O Índice de Confiança do Empresário de Pequenos e Médios Negócios no Brasil (IC-PMN) foi desenvolvido pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), em parceria com o Banco Santander. Para a pesquisa do IC-PMN, foram ouvidos 1,2 mil pequenos empresários, entrevistados nas cinco regiões do país, nos três ramos de atividade (comércio, serviços e indústria) e que faturam até R$ 30 milhões por ano.

Para explicar a menor confiança na economia e, ao mesmo tempo, a manutenção do lucro e faturamento do pequeno negócio, o professor do Insper, José Luiz Rossi, integrante da equipe que desenvolve o índice, afirma que os empresários podem estar mais pessimistas em função do agravamento dos acontecimentos no exterior, como a crise da dívida pública da zona do euro, iniciada na Grécia, e com extensão na Itália, Espanha, Portugal, entre outros países.

O empresário também considera, em sua percepção futura da economia, o recuo da projeção de crescimento do Produto Interno Brasileiro (PIB) do país para 2012. "Mas, o microempresário brasileiro não teme crise aguda no próximo semestre, já que pretende manter o número de empregados. Para ele, será um período de crescimento baixo, mas contínuo", diz.

O resultado da pesquisa aponta que o setor de serviços, que se beneficiou do aumento de renda da população ao longo de 2011 e início de 2012, já está sentindo a desaceleração da economia. Enquanto isso, o dono de pequenas empresas no setor industrial demonstra otimismo com os incentivos do governo para a indústria manter-se aquecida, explica Rossi.

Durante o levantamento do índice IC-PMN, pelo Insper e Santander, foi feita uma pesquisa com os empresários sobre os empréstimos tomados pelo segmento de pequena e média empresa. A pesquisa, feita com exclusividade para o Valor, mostrou que mais da metade dos entrevistados (60,2 %) contrata financiamento para investimentos no próprio banco onde a empresa tem conta. Outros 14,6% solicitam a amigos e familiares, outros bancos ou outras fontes. Mais de 25% declararam não precisar de financiamento para investir.

A mesma pergunta foi realizada com relação às expectativas no 1º trimestre deste ano. Na época, os percentuais obtidos ficaram próximos aos atuais. Na análise do professor do Insper, José Luiz Rossi, o atual resultado da pesquisa revela que, mesmo com a queda dos juros nos financiamentos para o segmento de pequeno e médio negócios nos últimos meses, a taxa praticada não está tão atrativa, principalmente, em um ambiente de desaceleração do crescimento (Valor, 29/6/12)


Conceito de inovação ainda é pouco compreendido
Ampliar a taxa de inovação é um grande desafio para empresas de pequeno e médio portes. Ao adotar tecnologia, novos processos e inserir modelos de negócio diferenciados é possível acelerar o crescimento da receita, tornar a companhia mais competitiva e conquistar clientes. A estratégia exige, no entanto, clareza sobre o processo de inovação.

Carlos Alberto dos Santos, diretor-técnico do Sebrae Nacional, explica que o empresário ainda enxerga a inovação como algo hightech, fora de seu alcance. "Confunde com invenção, desenvolvimento de produtos e compra de equipamentos caríssimos", afirmou durante a XII Conferência Anpei de Inovação Tecnológica - evento realizado pela Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras entre 11 e 13 de junho, em Joinville (SC).

O entendimento de que "incrementar" é a forma mais rápida de inovar para quem busca destaque no mercado. O momento vivido pela economia brasileira é o ideal para arriscar. O avanço da classe C, com grande impacto no consumo, é um dos pontos que incentivam a gestão criativa, a oferta de serviços diferentes e o aprimoramento no atendimento a um público pouco acostumado, mas ávido, pelas compras. "O consumo da classe C está na casa do R$ 1 trilhão. Só com inovação é que os negócios de menor porte serão capazes de ampliar a participação no Produto Interno Bruto (PIB)."

A adoção de tecnologia e os investimentos em mecanização constam da lista de prioridades. Historicamente, o aumento da produtividade tem ocorrido pelo incremento tecnológico, seja a instalação de sistemas de informação ou pela compra de maquinário - com ganhos significativos na gestão e na produção. Basta observar a mudança nos modelos de vendas que surgiu com a internet, as redes sociais e sites de ofertas. "Na febre das compras coletivas, muitas empresas de pequeno porte conseguiram ampliar a clientela por oferecerem produtos e serviços a um público fora de seu radar. Para isso, tiveram de entrar no comércio eletrônico", explica Santos.
Acompanhar os movimentos do segmento em que atua é outra arma para vencer a concorrência e evitar, até mesmo, a falência. Santos cita o modelo de negócios das lan houses e sugere como ele deve evoluir para não perder espaço em um ambiente cada vez mais povoado de computadores portáteis. "Estamos diante de uma revolução na infraestrutura, com o Plano Nacional de Banda Larga. As lan houses oferecem conexão rápida, um produto que estará na mão de muitos brasileiros." Para acompanhar a mudança, será necessário oferecer de novos serviços, como educação a distância, pagamentos de contas, cursos, etc. "O cliente não vai sair de casa para checar o e-mail ou conversar com amigos pela internet. Fará isso com o celular. Mas pode encontrar colegas para uma aula de ensino a distância, fazer tarefas junto, estudar."

Para ajudar as empresas de menor porte a desvendar a inovação e traçar suas estratégias, o Sebrae conta com o programa agentes locais de inovação (ALI). A iniciativa é uma parceria da entidade com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e oferece orientação profissional para avaliar o grau de inovação das empresas de pequeno porte e sugerir ações compatíveis com as necessidades de cada negócio. O atendimento é gratuito e o ALI está preparado para apoiar a implementação de ações, interagir com o empresário e, inclusive, auxiliá-lo no acesso às linhas de financiamento disponíveis.

Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) têm avançado no país, que conta com mais de 60 instrumentos de fomento. Em 2010, apenas o desembolso público em atividades de P&D somou R$ 23 bilhões. Entre as instituições com linhas especiais para financiar projetos de incremento tecnológico em pequenas e médias empresas estão o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A inovação também é estratégia de competitividade para fortalecer as cadeias produtivas e está entre os pilares do Programa Brasil Maior.

Luiz Carlos Ferreira, consultor do Sebrae em Rondônia, cita o programa da Finep para fomentar a inovação em seu estado. A agência governamental reservou R$ 2,3 milhões para aplicar em projetos do seu Estado. O desembolso será realizado sob o regime de subvenção econômica (investimento público não reembolsável) e trará mudanças significativas em empresas como a Vovó Edma Delícias, fabricante de bombons e doces regionais. Com apoio da Finep, a companhia vai mecanizar a produção e automatizar a produção dos doces. "O diferencial está no projeto para o desenvolvimento de uma máquina para introduzir o recheio durante a embalagem dos produtos", conta Ferreira.

O processo é inovador na fabricação de doces e vai ampliar a produtividade, combinando tecnologia com melhor controle e aumento no prazo de validade.

(Fonte:Valor)  




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