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Pesquisa/Tecnologia
Quarta, 15 de junho de 2011, 15h02

Futuro da transmissão por satélite estaria ameaçado


Durante seminário realizado nesta terça-feira para debater o futuro da recepção do sinal de TV por satélite no Brasil, técnicos das emissoras de televisão se manifestaram contra o edital do leilão da faixa de frequência de 3,5 GHz, aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Eles afirmam que essa nova faixa de frequência vai interferir no sinal de televisão captado por antenas parabólicas instaladas no País.

Na avaliação do engenheiro de comunicações da Rede Record André Felipe Trindade, o futuro da transmissão por satélite corre risco depois que a Anatel decidiu colocar em leilão a faixa de 3,5 GHz para ofertar serviços de WiMAX, tecnologia de banda larga sem fio.

Ele citou como situação em que haverá interferências a recepção de eventos internacionais como a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos. Trindade disse ainda que a utilização de filtros não é suficiente para eliminação da interferência. Segundo ele, a Record sugere que sejam feitos novos estudos com potência de até 30 W.

Interferência direta
Já o engenheiro de projetos de telecomunicações da Rede Globo Leonardo Chaves afirmou que a interferência do WiMAX atua independentemente da polarização de recepção de satélite e da frequência em Banda C. Ele disse que a Globo fez testes de até 2 W, potência baixa, e verificou interferência. O edital permite a operação do serviço de banda larga sem fio com potência de até 30 W.

O diretor de regulamentação da operadora de comunicações via satélite Star One, Luiz Otávio Prates, explicou que a diferença de potência é tão grande que, hoje, não existe filtro que resolva o problema das parabólicas. “Se o edital da Anatel for adiante vai inviabilizar a parabólica em todo o Brasil”, alertou.

Segundo a diretora da Secretaria de Comunicação Social da Câmara, Sueli Navarro, o sinal do WiMAX também vai interferir na recepção da TV Câmara. Isso, acrescentou, prejudicará cerca de 6 milhões de telespectadores que assistem a TV Câmara pela parabólica.

Alerta
De acordo com o diretor-geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Luis Roberto Antonik, há mais de um ano a entidade vem alertando que o WiMAX vai interferir nas parabólicas. Ele ressaltou que cerca de 10 milhões de lares contam apenas com as antenas parabólicas para ver televisão. Antonik lembrou ainda que 22 milhões de domicílios têm antenas parabólicas e pediu ao governo que faça teste para provar que o WiMAX não irá prejudicá-las.

Coordenador da Frente Parlamentar de Comunicação Social, o deputado Milton Monti (PR-SP) também manifestou preocupação com o problema e observou que o governo deveria aprofundar estudos técnicos sobre a interferência nas antenas parabólicas. “Não faz sentido desmontar o que está funcionando”, afirmou.

Para o deputado José Rocha (PR-BA), este não é o momento apropriado para que ocorra alicitação, pois se aproxima a Copa do Mundo e as parabólicas estão funcionando a contento. “Não podemos prejudicar um serviço que já está implantado”, disse.

O seminário foi promovido pela TV Câmara e a Abert.




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