Cuiabá | MT 26/04/2024
Pesquisa/Tecnologia
Sexta, 21 de outubro de 2011, 09h41

Jovens pesquisadores de MT transforam o meio onde vivem com ciência, tecnologia e inovação


Fábios, Anas, Lucas, Rafaelas. Jovens cientistas de Mato Grosso que pesquisam e aplicam os conhecimentos adquiridos em sala de aula para transformar a realidade em que vivem. Meninos e meninas que acreditam que investir em ciência, tecnologia e inovação é uma das maneiras de melhorar o mundo. Muitos desses cientistas mirins estão em Cuiabá e apresentam seus resultados na 8ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

É o caso dos alunos Lucas Alves e Rafaela Evangelista, do 8º ano da Escola Municipal Adalcy da Conceição Rodrigues, de Alto Araguaia. Ambos fazem parte de um projeto que busca nas plantas a solução contra as pragas que atingem hortas de tomate, repolho e couve. Orientados pelo professor de ciências Leondeniz Silva Guimarães, eles chegaram a um “Inseticida Botânico para Hortaliças”, à base de mamona, fumo, pimenta e melancia.

A ideia deu tão certo que o inseticida já é aplicado em hortas de moradores do bairro Gabiroba, onde está localizada a escola. Esse trabalho com a comunidade é acompanhado, observado e analisado pelos estudantes, que utilizam os resultados para aperfeiçoar o produto. Orgulhoso, o professor Leondeniz ressalta que o interesse na pesquisa parte dos estudantes.

Quem também se dedica à pesquisa para resolver problemas do dia-a-dia são os estudantes Fábio Freitag e Cleuton Raash, do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Alice Barbosa Pacheco, situada da agrovila João Ponce de Arruda, em Campo Verde.

Eles inventaram um Medidor Prático para caixa d’água, com o qual é possível saber o nível da água. O medidor possui um painel que aciona uma luz verde quando a caixa está cheia e outra amarela quando a água está pela metade. Ao atingir um nível crítico, a luz vermelha é acesa e uma sirene toca.

Segundo os jovens pesquisadores, a ideia surgiu depois dos colegas de classe reclamaram da falta de água em suas casas. “O abastecimento de água na região é irregular. Muitas vezes o morador não percebe que parou de entrar água na caixa e vai lavar roupa, lavar carro. Quando chega a noite, na hora de tomar banho, acaba a água. Todo mundo reclamava disso na sala”.

Para a professora de geografia Marly Gomes, que orientou o projeto, a aplicação da teoria aprendida em sala de aula é essencial para o crescimento do aluno. “Em países desenvolvidos os jovens têm acesso à ciência e tecnologia desde muito cedo. Isso estimula os estudos, a pesquisa e, além disso, vai interferir na carreira profissional desse estudante e no meio em que ele vive”.

Universidade – A produção de ciência, tecnologia e inovação na graduação e na pós-graduação também são destaques na 8ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Cuiabá. O curso de engenharia e alimentos e produção da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) apresentou o que é produzido pelo Laboratório de Novos Materiais e Embalagens (LANME).

Um dos projetos é o estudo do Baru e da Bocaiúva, dos quais são extraídos óleos para o desenvolvimento de polímeros (plásticos) e fabricação de embalagens. Esses frutos fornecem também insumos para pesquisas em cosméticos, perfumaria e bioengenharia.

Outro estudo que fez sucesso entre os participantes e visitantes da feira é o projeto “Gerenciamento Remoto e Interativo para Datacenter”, parte da pesquisa de doutorado do pesquisador Reginaldo Hugo. O trabalho é interinstitucional, uma parceria entre Governo do Estado, Instituto Federal de Mato Grosso e Centro Universitário Cândido Rondon.

O trabalho consiste em monitorar o ambiente de um datacenter de modo remoto e interativo. Um robô visualiza o tempo todo os equipamentos e localiza possíveis problemas. Tudo isso por meio de imagens, sensores de temperatura, gás e umidade, além das grandezas elétricas (tensão, corrente e consumo). O técnico responsável pelo datacenter pode acompanhar esse monitoramento via Internet, com um computador ou celular.

Opiniões - Easmin Matins, 16, visitou a feira junto com os demais colegas da Escola Estadual Adalgisa de Barros, de Várzea Grande. Ela gostou do projeto de gerenciamento de datacenter, da pesquisa realizada por alunos de Paranaíta sobre a contaminação dos lençóis freáticos e se divertiu com o Gerador eletrostático de Van der Graaf - um dos equipamentos do Circuito Ciência Mato Grosso, da Secitec.

“Muitas vezes, nas aulas de física, achamos determinadas teorias inúteis e nos perguntamos: ‘onde vamos utilizar isso?’. Aqui na feira conseguimos ver na prática aquilo que aprendemos na escola. Acho que esse envolvimento do jovem com a ciência deve acontecer sempre, pois é assim que vamos descobrir novos cientistas e chegar a novos produtos”, defende Easmin.

As estudantes Daniela Rocha, 15, e Paula Schotten, 14, aprenderam e se divertiram com a feira. Daniela ficou impressionada com o salgadinho de pequi – Pequitos - projeto apresentado por alunos da Escola Estadual Querência, em Querência, que conseguiu o terceiro lugar na V Mostra de Ciências, Tecnologia e Inovação das Escolas de Mato Grosso, realizada em julho deste ano.

Já Paula, não desgrudou dos equipamentos do Circuito Ciência, que disponibilizou uma super estrutura com gerador eletrostático, bicicletas geradoras de energia, planetários, telescópios e outras. “Está muito legal, emocionante”.

A feira – A 8ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia segue até sexta-feira (21.10), quando os “Cientistas Malucos” – grupo de jovens cientistas que fazem da ciência um show – vão fazer duas apresentações no evento, uma às 9h30 e outra às 19h00.
 




Busca



Enquete

O Governo de MT começou a implantar o BRT entre VG e Cuiabá. Na sua opinião:

Será mais prático que o VLT
Vai resolver o problema do transporte público.
É uma alternativa temporaria.
  Resultado
Facebook Twitter Google+ RSS
Logo_azado

Plantão News.com.br - 2009 Todos os Direitos Reservados.

email:redacao@plantaonews.com.br / Fone: (65) 98431-3114