PT e PMDB se coligam e mudam cenário

Lúdio Cabral e Francisco Faiad assumem candidatura a prefeito e vice, respectivamente. Telefonema de Dilma Rousseff teria sido o responsável pelo “entendimento”

Uma composição de última hora reproduziu em Cuiabá a aliança nacional entre PT e PMDB e alterou o jogo de forças na disputa pela prefeitura de Cuiabá.

Em vez da candidatura própria com Totó Parente, o partido do governador Silval Barbosa aliou-se à chapa encabeçada pelo petista Lúdio Cabral e indicou para vice o advogado Francisco Anis Faiad.

Durante a convenção do PMDB, realizada ontem pela manhã, líderes das duas agremiações qualificaram a coalizão como “o melhor caminho possível” e mostraram confiança em uma eleição apertada.

“Eu acho que ficou uma superchapa que vem para mudar o cenário. As condições de ganhar as eleições são reais”, disse o governador, ao chegar ao evento.

O deputado federal Carlos Bezerra, presidente do diretório estadual do PMDB, disse que a “reprise da coligação nacional” é a “certeza de segundo turno”.

“Então, o que há de melhor no PT e no PMDB ficou à disposição do eleitorado de Cuiabá. Além disso, vamos ter metade do tempo da TV”, declarou.

Lúdio Cabral, que discursou na convenção peemedebista, admitiu que não esperava o desfecho. “Se eu fosse olhar lá atrás, eu, sinceramente, não esperava que esta realidade se materializasse”.

Segundo o governador, a articulação para a aliança foi impulsionada por um telefonema da presidente Dilma Rousseff. “A presidente Dilma nos ligou pedindo o empenho nessa composição. Nós conversamos e falamos sobre a possibilidade de entendimento”.

A costura do acordo se deu ao longo da manhã na casa do governador. Uma negociação que Bezerra depois definiu como “maravilhosa”. ”Eu nunca vi um entendimento político tão gostoso como este que tivemos há pouco na casa do governador Silval Barbosa”, avaliou.

Ao chegar à convenção, porém, Barbosa negou que tenha interferido na decisão. “Esta é uma decisão exclusiva da direção municipal e que me deixou bastante aliviado. Acho que se trata da melhor aliança possível e que escolhemos uma dupla perfeita”.

Guerra - Bezerra e Lúdio usaram o termo “guerra” para definir o que será a campanha nos próximos meses. E já apresentaram uma das peças do arsenal: menções a uma possível proximidade nos três níveis de governo.

“O povo não quer mais perder o voto. Quer votar no candidato que tem o apoio do governo estadual e federal. Todas as qualitativas mostraram isso. E quem tem apoio é a nossa chapa”, disse Bezerra.

O governador também mencionou mais de uma vez as supostas vantagens de se eleger um prefeito “alinhado”. “Onde os prefeitos são aliados aos governos estadual e federal você vê claramente a diferença. E há muito tempo Cuiabá não tem esse alinhamento”.

Para o candidato petista, a vitória da coligação - que também reúne o PCdoB - irá trazer um “cenário dos mais positivos” para a população. “Isso significa a presidenta Dilma, o ex-presidente Lula e o governador Silval Barbosa”.