Caos no trânsito preocupam autoridades

O Pronto Socorro de Cuiabá atendeu, em 2011, cerca de 3,7 mil pessoas vitimas de acidentes de trânsito. Desse total, 304 pessoas vieram a óbitos. Os recursos financeiros gastos pelo Sistema Único de Saúde –SUS, com cada um dos acidentados, foram de pelo menos R$ 300 mil.

Para debater a situação do trânsito em Mato Grosso – principalmente em Cuiabá e Várzea Grande – a Assembleia Legislativa realizou audiência pública ontem (20) pela manhã. De acordo com o autor do debate, deputado Ezequiel Fonseca (PP), os números de acidentes – 3,7 mil – é alarmante e que novas políticas públicas precisam ser viabilizadas pelo Estado.

“A maioria das vitimas de acidentes é de jovens, na faixa etária de 18 a 25 anos de idade. Se nos dias de hoje esse número é preocupante, imaginem daqui a 20 anos. Algo precisa ser feito e, a Assembleia Legislativa está atenta e vai trabalhar para minimizar o caos que está o trânsito em todo o estado, principalmente em Cuiabá e Várzea Grande”, destacou Ezequiel Fonseca.

Para a presidente do Sindicato dos Servidores do Detran/MT, Veneranda Acosta, o Seguro DPVAT que cobre vidas no trânsito – indeniza as pessoas vitimas de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre – repassou em 2011, em todo o Brasil - às pessoas que envolvem em acidentes cerca de R$ 83 bilhões, em Mato Grosso o seguro pagou R$ 263 milhões.

Acosta disse ainda que o SUS gasta hoje, por cada paciente tratado, um montante de R$ 300 mil. Já, segundo Acosta, enquanto o Detran arrecada cerca de R$ 1 milhão por dia, “o órgão não investe na educação para o trânsito. O Detran é visto como uma fonte de arrecadação e não se preocupa com políticas públicas educacionais”, destacou a sindicalista.

O presidente da Associação das Famílias Vítimas de Acidentes de Trânsitos em Mato Grosso, Heitor Reis, afirmou que os governo estadual e municipal precisam investir na contratação e formação de agentes de trânsito. “A cidade de Cuiabá é a terceira mais violenta no trânsito de todo o país. Infelizmente, no Brasil, não se investe em educação para o trânsito e, poucas pessoas são punidas”, disse Reis.

O piloto hexacampeão de motocross estilo livre, Gilmar “Joaninha” Flores, também participou da audiência pública e afirmou que o poder público investe mais no setor de engenharia de trânsito, que na educação das pessoas. “Eles pensam mais nos carros do que nos pedestres, por isso é preciso ter precaução e respeito entre motoristas e pedestres”, observou Joaninha.

O diretor de Trânsito da SMTU/Cuiabá, Jackson Messias, afirmou que em 2011 em Cuiabá morrem 304 pessoas vitimas de acidentes no trânsito. “Em Cuiabá e Várzea Grande estão cadastrados no Detran mais de 318 mil veículos. Mas infelizmente para cada mil veículos temos apenas um agente. Por isso, a diminuição de acidentes no trânsito está na colocação de radares eletrônicos”, destacou Messias.