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Quinta, 18 de dezembro de 2014, 14h46

Kirchner interrompe cúpula para anunciar reaproximação de Cuba e EUA


A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, interrompeu os discursos dos chefes de Estado na 47ª Reunião de Cúpula do Mercosul, para anunciar o restabelecimento das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba, após mais de 50 anos.

Ela disse que a região estava vivendo um “momento histórico” e parabenizou o governo cubano, por ter “defendido seus ideais” e “mantido a dignidade”, apesar do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos há mais de meio século. Cristina Kirchner, anfitriã da cúpula do bloco, fez o anúncio logo depois do discurso de Dilma Rousseff.

Ao discursar, a presidenta brasileira fez uma homenagem ao presidente uruguaio, José Pepe Mujica, que entregará o cargo a seu sucessor, Tabaré Vasquez, no dia 1° de marco. Com lágrimas nos olhos, Dilma Rousseff disse que foi “um privilégio” tê-lo conhecido e manifestou seu “enorme agradecimento” por ter contado com a colaboração dele enquanto estava à frente do governo uruguaio.

“Seu legado foi sempre uma inspiração para todos nós”, disse a presidenta, fazendo com que todos os chefes de governo presentes se levantassem para aplaudir Mujica.

“Não nasci presidente, mas sou um trabalhador social”, respondeu o presidente do Uruguai. Em seu discurso, Mujica defendeu não apenas o fortalecimento da integração regional, como também a relação do Mercosul com a China.

Depois de assumir a presidência pro tempore do Mercosul, Dilma Rousseff disse que achou fantástica a retomada das relações entre Estados Unidos e Cuba, e vê na reaproximação "um marco nas relações aqui na nossa região, mas, sobretudo, no mundo, porque acredito que a possibilidade de relacionamento, o fim do bloqueio, o fato de que Cuba tem hoje condições plenas de conviver na comunidade internacional, é algo extremamente relevante para o povo cubano e, acredito, para toda a América Latina".

Ela externou cumprimento especial aos presidentes de Cuba e dos Estados Unidos pelas "confluências de interesses", e saudou o papa Francisco, que "parece ter sido, por trás de tudo, o grande fator de aproximação". Dilma se disse ainda "muito feliz", porque toda a política do governo brasileiro tem sido no sentido de enfatizar, "não só do ponto de vista retórico, mas com ações concretas, a forma pela qual Cuba tem que ser integrada". Ela lembrou que o criticado financiamento brasileiro ao Porto de Mariel, na campanha eleitoral, "mostra hoje a sua importância para toda a região e para o Brasil, na medida em o porto é estratégico, pela sua proximidade com os Estados Unidos".

A presidenta brasileira está confiante quanto aos destinos do Mercosul, e repetiu o presidente uruguaio ao mencionar que "ou estamos juntos ou estamos vencidos". Estamos juntos, disse ela, e "vamos reforçar nossas relações aduaneiras, reformar nossas relações em infraestrutura e ampliar o desenvolvimento com integração produtiva; sobretudo de crescimento com distribuição e justiça social para nosso povo".

Ao saudar novamente a reaproximação EUA-Cuba, Dilma desejou que o fato sirva de exemplo para o resto do mundo, e disse que "vivemos em um hemisfério especial, e nós da América do Sul estamos em paz há 120 anos. Resolvemos nossos conflitos por meio do diálogo". 

ABr




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