Cuiabá | MT 01/05/2024
Esporte
Sábado, 11 de fevereiro de 2012, 10h44

Gasto público com a Copa do Mundo 201 ainda é um mistério


Em 2007, o Brasil foi confirmado pela Fifa como país-sede da Copa do Mundo de 2014. Restando apenas dois anos para o início do Mundial, é impossível saber a quantidade de recursos públicos investidos e quanto a Copa custará aos cofres públicos. Dos cinco portais criados para acompanhar os gastos (Controladoria Geral da União (CGU), Senado Federal, Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério do Esporte e Instituto Ethos), todos estão desatualizados e existem informações desencontradas entre eles.

Conhecedor de todos os meandros da burocracia governamental, o ex-secretário executivo do Ministério do Esporte e atual secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, explica que a falta de sintonia entre a União, estados e municípios é um obstáculo para se chegar a informação precisa. “Atualmente, não existe um mecanismo de atualização dos gastos com a Copa do Mundo. Falta diálogo entre as três instâncias de governo. Desta forma, os portais, que deveriam servir como um atestado de transparência governamental, ficam defasados e, em alguns casos, contendo dados conflitantes, perdendo sua função inicial”, explana.

Em treinamento para jornalistas realizado em São Paulo - parceria entre a Associação Brasileira de Jornalismo investigativo (Abraji) e a ONG Contas Abertas -, Castello Branco explica que a falta de transparência aumenta de forma exponencial a possibilidade de corrupção. “Acredito que muitos brasileiros têm dúvidas sobre a retidão de alguns órgãos governamentais. Quem não se lembra dos gastos desmedidos no Pan-Americano do Rio de Janeiro em 2007? É justamente para evitar um rombo nas contas públicas que a gente tem a necessidade de avaliar passo a passo o que vem sendo feito e como está sendo feito as obras para a Copa do Mundo”.

BRASÍLIA

O Estádio Nacional de Brasília é um exemplo de como as informações divulgadas pelos sites governamentais não são confiáveis. Quanto à execução financeira, os dados mais recentes computados no portal do Senado são de outubro de 2011 e demonstram pagamento de R$ 223,8 milhões dos R$ 671,1 previstos (33%). Já na página da Controladoria Geral da União, os valores executados até nove de novembro de 2011 somam R$ 73,99 milhões dos R$ 688,3 milhões previstos (11%).

Segundo Castello Branco, residente da capital federal, o valor da construção da arena local deve ultrapassar R$ 1 bilhão: “Sobre os gastos do Estádio Nacional de Brasília, os dados são completamente conflitantes. No valor da matriz de responsabilidade de R$ 688,3 milhões não estava incluso a cobertura da arena, nem despesas com o gramado, iluminação, as cadeiras, os elevadores entre outros. O valor que está constando no portal da Controladoria Geral da União é completamente falso. Com todos os demais itens que não estão licitados, deve haver acréscimo em torno de 30%”.

“Se o estádio de Brasília que está no centro do poder federal está assim, imagine cidades como Cuiabá e Manaus”, questiona o ex-secretário executivo do Ministério do Esporte.

Alardeada pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, como a Copa dos investimentos privados, 72% dos recursos investidos até agora são direto ou via financiamento federal. “A Copa do Mundo pode começar e nós provavelmente não saberemos quanto custou e para onde foi o nosso dinheiro”, conclui Gil Castello Branco. 




Busca



Enquete

O Governo de MT começou a implantar o BRT entre VG e Cuiabá. Na sua opinião:

Será mais prático que o VLT
Vai resolver o problema do transporte público.
É uma alternativa temporaria.
  Resultado
Facebook Twitter Google+ RSS
Logo_azado

Plantão News.com.br - 2009 Todos os Direitos Reservados.

email:redacao@plantaonews.com.br / Fone: (65) 98431-3114