Artigo: Galindo ressurge com Poeira Zero e Brito na retaguarda

Por: Romilson Dourado

Os principais pré-candidatos a prefeito de Cuiabá precisam levar a sério o que tem dito repetidas vezes Chico Galindo (PTB), de que não deve ser candidato, mas que fará o sucessor. Chico não está morto politicamente, como muitos imaginam. Se mostra mais vivo do que nunca. Sua presença constante nos bairros, no embalo do Poeira Zero, pode fazer eleitor descrente a repensar o conceito negativo da administração, que hoje enfrenta desgaste e rejeição popular.

Com as finanças equilibradas, tanto que registra R$ 100 milhões em caixa, resultado de uma gestão mais autera, o prefeito começou a mostrar o que muitos desconheciam: obras, ações e projetos nunca divulgados por falta de política de comunicação. Antes, tratou logo de fazer as pazes com o funcionalismo, concedendo reajuste salarial. Comprou maquinário, fundiu e/ou extinguiu secretarias. Remanejou membros do primeiro escalão e se desvinculou de gestões anteriores, especialmente do ex-prefeito Wilson Santos, de quem foi vice. Transferiu para a iniciativa privada a concessão dos serviços de saneamento, apostando na universalização da água e ampliação da cobertura da rede de esgoto.

Por fim, Galindo assumiu para si as rédeas da divulgação do trabalho feito enquanto prefeito e, sob articulação do secretário de Comunicação Carlos Brito, que já acumulou os postos de vereador, prefeito por 45 dias, deputado estadual e secretário de Estado da Casa Civil e de Justiça e Segurança Pública, começou a percorrer os bairros. Se antes o prefeito não se encorajava a pisar os pés em determinadas regiões, temendo ser vaiado e apedrejado, agora já circula sorridente, sem tanto temor de passar por constrangimento. Brito está sempre por perto. É por isso que fica cada vez mais evidente o plano B do Palácio Alencastro. Caso desista mesmo do projeto de reeleição, Galindo deve lançar Brito à sucessão pelo PSD.

O petebista está fazendo barulho com o Poeira Zero. Na segunda (23), lança a terceira frente do programa, desta vez na região do Jardim Itamaraty. Vão ser asfaltados 4,3 km, com investimentos de R$ 7,2 milhões. Fez igual no Parque Atalaia e no Canjica. Aos poucos pegou habilidade política. O discurso está afinado. No Canjica, ele se empolgou tanto que desceu do palanque, entrou em bares, cumprimentou pessoas que estavam jogando sinuca. Só faltou tomar uma cachaça, entre abraços e apertos de mãos. Fundado em 1979, o Canjica vai receber asfalto pela primeira vez agora. Por isso, Galindo passou a ser "o melhor prefeito" para a maioria dos moradores dali.

Outras frentes virão. Em cada uma delas, ele vai ganhando visibilidade. A proposta é beneficiar os bairros que ainda sofrem com a falta de pavimentação. Serão investidos R$ 297,1 milhões de recursos próprios, oriundos especialmente do IPTU. O programa está dividido em três etapas para a execução de serviços de pavimentação e drenagem que se estenderão a 49 bairros. O prefeito promete asfaltar 33 neste ano. O restante ficará licitado para conclusão em 2013. A capital tem uma malha viária de 1.791 km de extensão e, desta, 1.046 com asfalto. Em 2 anos, a prefeitura quer pavimentar 158,80 km.

Fonte: RD News