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Saúde
Segunda, 07 de março de 2016, 08h58

Hospital Júlio Muller inicia atividades com 69 residentes em Cuiabá


"O momento em que o país vive é propício (para a realização do Curso) porque estamos no meio de uma crise financeira. Administrar sob crise é o maior desafio que se pode ter. Aprender a trabalhar, buscando o melhor ao mesmo tempo com economia, o que chamamos de eficiência. A gente tem que fazer todo o possível para que esse dinheiro seja bem aplicado" - Francisco Souto.


Sessenta e nove (69) residentes começaram suas trajetórias de ensino teórico e, sobretudo, prático dentro do Hospital Universitário Júlio Müller da Universidade Federal de Mato Grosso (HUJM-UFMT), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Além das novas turmas de residentes da área médica, como pediatria, anestesia, clínica médica, infectologia, oftalmologia, urologia e dermatologia; pela primeira vez, a área multiprofissional vai formar gestores hospitalares para o Sistema Único de Saúde (SUS). O HUJM é o primeiro hospital universitário do país a oferecer a Residência Multiprofissional em Gestão Hospital para o SUS.

O superintendente do HUJM, professor Francisco Souto, explica que a principal justificativa para a criação do curso foi a busca pela gestão qualificada. "A meta é que, ao final do curso, nós liberemos para o mercado de trabalho profissionais capacitados para gerir unidades de saúde do SUS, da mais simples até a mais complexa de todas: um hospital. Esses profissionais poderão até ser aproveitados pela rede privada, pois muitas dessas instituições pretam serviço para o USS. Não podemos esquecer, ressaltar, que cerca de 70% dos leitos disponibilizados para o SUS estão em hospitais privados", pontua. Citando autores especialistas em planejamento estratégico, o gestor reforça que, dentre todas as empresas públicas e privadas, os hospitais são as instituições mais difíceis de administrar, já que existem mais de 300 funções e profissões dentro de um hospital, e uma grande diversidade de departamentos e unidades, com complexidades muito específicas e diferentes.

O desafio se torna ainda maior considerando o atual cenário nacional. "O momento em que o país vive é propício (para a realização do Curso) porque estamos no meio de uma crise financeira. Administrar sob crise é o maior desafio que se pode ter. Aprender a trabalhar, buscando o melhor ao mesmo tempo com economia, o que chamamos de eficiência. A gente tem que fazer todo o possível para que esse dinheiro seja bem aplicado".

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Nesta primeira turma de Residência em Gestão Hospitalar, seis (06) profissionais foram aprovados após um processo de seleção aberto para graduados em Enfermagem (duas vagas), Nutrição (01), Farmácia (01) e Saúde Coletiva (02). "A enfermagem tradicionalmente tem conteúdo para administração para a saúde, assim como a farmácia e a nutrição. Desde que a gente começou a elaborar a residência, pensou no curso de Saúde Coletiva, que também foi inovador dentro da UFMT. Espero que, no futuro, profissionais de outras áreas possam se candidatar a essas vagas", afirma o superintendente.

Klisman Ananias nunca teve dúvidas sobre o caminho que seguiria após concluir a graduação em Saúde Coletiva na UFMT. "No curso, a gente é voltado para a parte da assistência, mas não direta. É justamente uma parte mais estratégica, mais uma área meio. Está configurado com três bases: epidemiologia; ciências saúde e política; e planejamento em gestão. Agora, lógico, (o curso) fala dentro das políticas macros, ensina ferramentas de gestão e planejamento. A área de gestão hospitalar é mais específica. O hospital como componente de uma rede", diz Ananias. O residente tem consciência que o setor público que regula o serviço de saúde no país. "O SUS vem em primeiro lugar e depois a saúde suplementar. Essa é a lógica. Quando você consegue compreender essa dimensão, você também consegue entender o setor privado. Eu, particularmente, gosto da área de política, planejamento e gestão. A gente vê a crise na saúde, os hospitais do Rio Janeiro fechando as portas, é um desafio".

"Eu particularmente depois da graduação tive duas experiências em gestão e já me apaixonei pela área. Aí, quando fui para a assistência, comparei. Estou achando interessante porque consigo relacionar ao que vi na assistência de ponta nos dois anos no Pronto Socorro (de Cuiabá). Eu vou conseguindo relacionar a prática com a gestão, as dificuldades que a gente às vezes tinham na ponta e nem chegava aqui na gestão. Os dois lados da moeda. Do pouco que a gente começou a ver sobre gestão é apaixonante"", conta Tavylla Bezerra, enfermeira residente do curso de gestão.

"São poucos os cursos ofertados no país para formação em gestão, muito menos residências, onde há relação entre a prática e a teoria em tempo integral. Isso é importante na formação e gestores precisam aprender no dia-a-dia em um Hospital, unidade de saúde, secretarias de saúde, pois irão aprender vendo a realidade na gestão das unidades. O gestor moderno precisa saber e entender além do ambiente externo como perfil demográfico, aspectos culturais da população, mercado de saúde, também necessário saber o ambiente interno como estrutura de saúde, recursos humanos, logística entre outros assuntos e a residência irá proporcionar estas ambientações na prática", explica o gerente Administrativo do HUJM e supervisor da Residência em Gestão Hospitalar, Cassiano Falleiros.




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