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Agro
Quarta, 04 de outubro de 2017, 07h01

Embrapa Cocais participa da VI Semana Acadêmica de Ciências Agrárias da UEMA


De 27 a 29 de setembro, o Centro de Ciências Agrárias da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA realizou a VI Semana Acadêmica de Ciências Agrárias sob a temática “Segurança Alimentar e Bem-estar”. O pesquisador da Embrapa Cocais Guilherme Abreu apresentou, na ocasião, palestras sobre Alimentos biofortificados.

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Segundo dados apresentados pelo pesquisador, a deficiência de ferro e vitamina A são as formas mais comuns de má nutrição com consequência na saúde pública. No Brasil, cerca de 50 % das crianças em idade escolar sofrem de algum tipo de deficiência em ferro. No Brasil, anemia afeta também gestantes e nutrizes das populações carentes. “A deficiência de vitamina A causa problemas na visão, no sistema imunológico e metabolismo do ferro; de ferro, problemas na produção de hemoglobina, no transporte de O2 nas hemácias e na conversão de açúcar em energia. Já a prevalência da deficiência de zinco também é significativa, uma vez que as deficiências de micronutrientes não ocorrem isoladamente. A insuficiência de zinco acarreta problemas na divisão celular, função imune e no desenvolvimento neurológico”, detalhou.

Como alternativa para essa realidade, o pesquisador mostrou o programa de biofortificação de alimentos no Brasil, que, no Maranhão, tornou-se política pública por meio de convênio assinado este ano entre Embrapa Cocais e Governo do Estado do Maranhão. “É uma intervenção nutricional específica com o objetivo de aumentar o conteúdo de micronutrientes em alimentos por meio da utilização de práticas agronômicas e de melhoramento de plantas. Diferente da fortificação de alimentos, que ocorre durante o processamento, a biofortificação ocorre com o aumento do conteúdo de micronutrientes da planta”, explicou Guilherme.

O processo de biofortificação é feito com o cruzamento de plantas da mesma espécie, conhecido como melhoramento genético convencional, gerando cultivares mais nutritivas. Além da qualidade nutricional, são também incorporadas boas qualidades agronômicas (produtividade, resistência à seca e pragas), além de boa aceitação pelo mercado. O projeto, ao longo do tempo, formou uma rede de pesquisadores no Brasil e no exterior que investe em conhecimento técnico-científico da agronomia e da saúde para obtenção de alimentos mais nutritivos, além de transferência de tecnologia de abrangência nacional.

Rede BioFORT - A Embrapa Agroindústria de Alimentos, localizada no Rio de Janeiro, lidera o projeto BioFORT, que, por sua vez, faz parte da Rede de Biofortificação no Brasil – Rede BioFORT. Esta rede foi iniciada pelo projeto HarvestPlus. No Brasil, várias Unidades da Embrapa em colaboração com universidades e centros de pesquisa, prefeituras, produtores e suas associações, governo, organizações não-governamentais e outros parceiros, inclusive internacionais via o Harvest Plus (www.harvestplus.org), congregando mais de 150 pessoas nas diferentes áreas do conhecimento e em 14 estados brasileiros, apoiam os trabalhos da Rede BioFORT.

Essa rede de instituições é responsável pela biofortificação de alimentos básicos da dieta da população, tais como arroz, feijão, caupi, mandioca, batata-doce, milho, abóbora e trigo com maiores teores de ferro, zinco e vitamina A. A essência do programa de biofortificação é enriquecer alimentos que já fazem parte da dieta da população para que esta possa ter acesso a produtos mais nutritivos e que não exijam mudanças de seus hábitos de consumo.

Maranhão colhe os frutos do BioFORT - No Maranhão, os cultivos biofortificados, implantados desde 2006 pela Embrapa Meio-Norte, estão presentes em praticamente os 217 municípios. A atuação da Embrapa Cocais no projeto abrange duas frentes: as ações advindas do Acordo de Cooperação Técnica entre a Embrapa e o Governo do Estado do Maranhão, assinado em abril deste ano, para transferência de tecnologia em cultivos biofortificados, visando à segurança alimentar e nutricional, especialmente para as comunidades e regiões mais carentes; e do projeto de transferência de tecnologia e de comunicação empresarial aprovado no âmbito do Macroprograma 4 da Embrapa, que engloba 38 Escolas Casas Familiares Rurais - CFRs, oito projetos sobre os sistemas agrícolas consorciados e 15 sobre Sistemas Integrados Alternativos para Produção de Alimentos, conhecido como "Sisteminha Embrapa”.

Mais sobre o evento - Contou com participantes de diversas Instituições de Ensino Superior do Brasil. Ao todo, foram mais de 300 estudantes, que participaram de 18 palestras, 8 minicursos, além de oficinas e 118 trabalhos apresentados em formato de banner ao longo dos três dias.

Criada em 2012, a Semana Acadêmica das Ciências Agrárias nasceu da junção das semanas dos Cursos de Agronomia, Engenharia de Pesca, Medicina Veterinária e Zootecnia, além da participação dos Cursos de Pós-Graduação: Mestrado e Doutorado em Agroecologia, Mestrado em Ciência Animal e Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Animal, após discussão e deliberação nas reuniões do Conselho do Centro de Ciências Agrárias e Órgãos Colegiados Superiores da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA.

 




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