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Agro
Terça, 13 de novembro de 2018, 17h36

Irmãs investem no cultivo hidropônico e garantem produtividade o ano todo


Rosana Persona
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Com uma produção que pode chegar a 30 dúzias de alface roxa, mimosa, crespa e americana, além de outras folhosas, as irmãs Dóris Marter Reinehr (52), Jane Helena Reinehr (57) e Leda Inês Reinehr (55) investiram no cultivo sem solo, ou seja, na produção de hortaliças no sistema hidropônico. Para isso, as três produtoras rurais instalaram, na Chácara Buriti, em Cuiabá, uma estufa que ocupa uma área de 1,5 hectare para produzir mais de seis tipos diferentes de hortaliças. As irmãs ainda produzem couve-manteiga, rúcula e cebolinha em sistema convencional.

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Desde 2012, resolveram investir numa nova forma de produzir. Com experiência em produção de hortaliças no solo, apostaram que a hidroponia seria o negócio para as três tocarem. Cada uma tem a sua função definida, Dóris trabalha com a gestão do negócio e toda parte financeira, Leda faz atendimento ao cliente, recebe pedidos e trabalha na produção e a Jane também fica na produção, especialmente no plantio de cebolinha e couve-manteiga. Elas contam ainda com a parceria da produtora Silvana Antunes Vieira, que trabalha na semeadura e na mudança do berçário.

Com uma área total de 6,4 hectares, Dóris conta que essa parceria pode ser considerada um sucesso, todas tem a sua função e o negócio vem dando resultado há mais de seis anos. Ela recorda que na chácara trabalhavam com produção de leite ajudando seus pais. A mudança foi gradativa e com a união das três irmãs, a hidroponia agora é a fonte de renda e lucro. “Trabalhamos de domingo a domingo e a nossa preocupação não é somente com a produção, mas também com a qualidade do produto oferecido”, destaca.

 

A produtora Dóris fala que neste ano de 2018 as vendas tiveram uma queda de 40%, e teve início uma guerra de preço no mercado de hortaliças. E complementa que, com o período das chuvas, a procura aumentou por hortaliças hidropônicas. “Estamos esperançosas e acreditando que teremos uma venda ampliada neste final de ano”. Em uma estufa de 700 metros quadrados que ficou desativada este ano, já começaram a plantar, e em 30 dias, vão colher em torno de 1.740 dúzias de agrião, salsa, coentro e almeirão.

Crédito rural para investimento

A produtora Leda Inês, responsável pelos clientes, recebe os pedidos e deixa tudo pronto para serem entregues na manhã do dia seguinte. Também realiza a entrega de produtos a clientes que vão até a hidroponia comprar. O local é impecável, caixas limpas e tudo a mostra para o cliente levar o produto limpo e seguro. Um dos maiores cuidados, além da higiene do local, é com o manejo das folhosas. Elas contam que o produto bem armazenado na geladeira pode durar até 15 dias.

Nos canteiros de cebolinha e couve manteiga, com plantio no solo, a produtora Jane começa bem cedo o replantio das mudas. Ela trabalha com essa atividade desde os 11 anos de idade. E conta que mexer com a terra é uma terapia, pois na maioria das vezes conversa com as plantas. “Eu não sou da cidade, sou da roça e gosto de fazer o que faço, cuidar da terra e receber o retorno com a produção de hortaliças”, ressalta.

O trabalho na propriedade começa às 4 horas e se encerra às 21 horas. As produtoras vendem produtos para restaurantes, direto ao consumidor e comércio em geral. Este ano, participaram de uma Chamada Pública e estão entregando para restaurantes universitários e quartéis. Essa compra de produtos da agricultura familiar é conhecida como Compra Institucional e realizada pelo governo federal.

A produtora Dóris ressalta que a hidroponia foi uma das melhores escolhas para trabalhar e esclarece que teve todo o apoio da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), desde a implantação até hoje. A engenheira agrônoma da Empaer, Glaci Goldschmidt, presta assistência técnica as irmãs e fala que acompanhou todo processo. Segundo ela, foram elaborados dois projetos de crédito rural para investimento no valor de R$ 130 mil e dois de crédito para custeio no valor de R$ 40 mil. Para isso, foi usada a linha de crédito do Pronaf Mais Alimentos.

A engenheira Glaci conta que toda a estrutura foi sendo ampliada aos poucos, e em menos de três anos a estufa já atingiu seus 1,5 hectare de área protegida com o cultivo hidropônico. A extensionista social da Empaer, Relinda Oliveira Lucialdo, responsável pelas informações sobre vendas institucionais e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), auxiliou as irmãs com orientação sobre como participar dessa modalidade que auxilia a venda dos produtos.

O biólogo da Empaer, Nesvaldo Bento de Oliveira, responsável pelas orientações do cultivo em sistema protegido cita algumas vantagens na produção de verduras fora de época, o que reduz riscos de adversidades climáticas, evita a rotação de cultura, já se produz após um mês de plantio, permite alta produtividade e mão-de-obra especializada, porém, menos funcionários para a realização do serviço e retorno econômico ao produtor rural. Esse sistema garante o cultivo o ano todo, mantendo a qualidade das folhas, mesmo no período das chuvas e permite o consumo com menos resíduo de agrotóxico na planta.

A produtora Dóris comenta que com o apoio e orientação da Empaer conseguiram avançar e chegar onde estão. “Sem a ajuda da Empaer acho que não teríamos conseguido, a Empaer acreditou na gente e deu todo o apoio”, conclui.




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