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Agro
Quinta, 21 de novembro de 2013, 13h42

Primeiros resultados de pesquisa para o controle da Helicoverpa são apresentados pela Fundação MT


 

A Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária do Mato Grosso, Fundação MT, está divulgando desde o último dia 18 no Fundação MT em Campo: É hora de Cuidar 2013 os primeiros resultados de pesquisas feitas para o controle da desafiadora lagarta Helicoverpa armigera com produtos químicos. A praga tem tirado o sono de toda a classe agrícola em todo o país, especialmente por ter sido recentemente descoberta no Brasil e por ter difícil controle, como ressalta a Entomologista da Fundação MT, Lúcia Vivan.

“Com a planta no estágio vegetativo e quando a lagarta está nos primeiros estágios o controle é mais fácil, pois ela prefere as folhas superiores e mais novas. Com o período reprodutivo das plantas (estágio R1) as lagartas procuram as inflorescências e vagens, com difícil visibilidade, sendo o controle mais difícil nessa fase e após cerca de 20 dias elas entram em fase de pupa e ficam a 5 cm abaixo do solo.”

A pesquisadora trabalha com experimentos na área desde março deste ano e a instituição divulga os dados em meio ao cenário preocupante que a praga tem causado logo no início da safra 2013/14 de soja. Para que isso fosse possível, todo o ciclo da lagarta tem sido desenvolvido dentro do laboratório da instituição: ovo, lagarta, pupa e mariposa. O mapeamento da praga já foi feito e ela está presente em todo Cerrado e em alguns outros estados. Conforme destaca Vivan, o próximo passo é testar as diversas formas de controle. “Além dos químicos, que já estamos divulgando, também desenvolvemos estudos com feromônios - substância química sexual para atração, produtos a base de vírus, e estudos de parasitismo por diferentes inimigos naturais, mas esses estudos ainda estão em andamento.”

Além destas primeiras informações, o que já se tem certeza é de que o monitoramento das lavouras é a principal ferramenta para evitar maiores danos com a praga. “Estamos sempre frisando que o monitoramento é importante para definir quais são os tipos de lagarta presente na plantação, a quantidade delas e qual será a melhor forma de combatê-la”, reitera a pesquisadora.

No caso da Helicoverpa armigera, além de sua localização na planta dificultar o combate, o fato dela ser polífaga também influência no controle, como explica a pesquisadora da Fundação MT. “Essa espécie é voraz e alimenta-se de diferentes culturas como milho, milheto, citrus, café, algodão, etc. Isso faz com que haja muita disponibilidade de alimento em diversos períodos do ano. Essa característica agrava a situação”.

Esse aspecto em conjunto com outros e a alta incidência da lagarta no Mato Grosso fez com que recentemente o governo brasileiro decretasse emergência fitossanitária no estado em função dos ataques da lagarta. O decreto tem vigência de um ano e concederá às autoridades uma "maior flexibilidade" para adotar as medidas necessárias para o extermínio da Helicoverpa armigera, especialmente no que se trata de produtos químicos.

Mapa – O Ministério Público da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) têm acompanhado de perto os problemas causados pela Helicoverpa armigera no MT. O representante do órgão, Wanderlei Dias Guerra, tem percorrido as lavouras do estado. “Todas as áreas de soja que visitei tem Helicoverpa spp., em especial a armigera, em baixo ou alto grau de infestação. E o que devemos destacar é que o produtor precisa estar atento a todas as orientações para combatê-la”.

A ação é importante conforme Guerra relata. “Também é importante lembrar que se orienta aplicar somente produtos que tenham registro no Mapa. Pois, não se sabe a eficiência dele contra essa praga. Ele pode controlar uma parte da população, a mais suscetível, de 50% a 70%. Os 30% que sobram, são os que vão se tornar resistentes, eles serão selecionados”, destaca. Ainda há outra consequência de acordo com ele, “o impacto aos inimigos naturais da lagarta, como os parasitas, por exemplo,”.

Entressafra - Um dos pontos apontados pelo representante do Mapa, Wanderlei Dias Guerra, para que a infestação com a Helicoverpa armigera já tenha sido detectada logo nos primeiros dias após o plantio é a entressafra. Soqueira de algodão mal destruídas, guaxas de milho e lavouras de milheto na entressafra são os principais motivadores da ocorrência precoce da lagarta. “Em alguns lugares os agricultores estão tendo que realizar mais aplicações para o controle da praga. Estamos desenvolvendo um projeto piloto com um grupo de produtores de Sapezal/MT que poderá ser estendido para todo o estado. Primeiro eles fazem o monitoramento coordenado antes e após cada pulverização com apresentação dos resultados da eficiência dos produtos aplicados. O segundo passo será além do monitoramento, também o controle integrado por todos os produtores nesta micro-região com 100 mil ha de lavouras”, relata Guerra.

É Hora de Cuidar – As rodadas de palestras do Fundação MT em Campo: É hora de cuidar 2013 estão sendo realizadas desde o dia 18 de novembro e seguem até o dia 6 de dezembro. Uma equipe técnica formada por três pesquisadoras da instituição e um da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita de Botucatu/SP passam por 18 cidades de MT e 2 de Goiás para informar ao produtor rural sobre cuidados com a lavoura de soja plantada na safra 2013/2014. Mais informações pelo site www.fundacaomt.com.br. 




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