Comitiva percorre último trecho da BR-163 e chega a Santarém

O contraste entre o asfalto e as estradas de terra no Estado do Pará, ao longo da BR-163, foi o que os integrantes da comitiva da Expedição I Rota da Integração, constararam in loco durante toda esta segunda-feira (05.09). Ao partir do município de Moraes de Almeida, ainda de madrugada, o governador Silval Barbosa, que lidera a Expedição, seguiu para Itaituba, onde, de balsa, a comitiva conheceu as Docas do Porto do Pará, os armazéns e os containers por onde escoa os alimentos para estoque e embarque. Em toda a extensão da rodovia as obras de asfaltamento estão em ritmo acelerado confirmando, aos olhos da comitiva, inclusive do grupo de engenheiros chineses, a grandiosidade e importância dessa melhoria para Mato Grosso e Pará.

Foram aproximadamente 350 quilômetros de Itaituba a Santarém, passando por oito municípios, distritos e vilas, em trajetos onde constatou-se também o perigo de acidentes em decorrência da intensa poeira na estrada, num trecho, e da lama em outro.

A comitiva chegou a Santarém no início da noite, recepcionada pelo governador do Pará, Simão Jatene e seguiram para o porto da cidade.

PORTO DE SANTARÉM

Juntamente com a comitiva da Rota da Integração o governador Silval Barbosa conheceu a estrutura do Porto de Santarém, no Pará, onde foi apresentada a capacidade de armazenagem, projetos de expansão e logística que atende uma grande demanda do país e também do mundo.

De acordo com o engenheiro da Companhia Docas do Pará (CDP), que administra o Porto, José Rodrigues, a estrutura do local está assim desde o ano de 1974, quando foi construído, com dois píers que aportam as embarcações. Localizado na margem do rio Tapajós o Porto de Santarém faz, entre as principais movimentações as de álcool hidratado, gasolina, veículos, óleo diesel, farinha de mandioca, madeira serrada e refrigerantes. Há um projeto em expansão para os píers que podem receber, até 2014, cinco milhões de toneladas de capacidade operacional. Atualmente o porto opera com dois milhões.

O Porto de Santarém é um dos braços da economia local e nacional, que está diretamente ligado à BR-163, já que é dessa rodovia que chegam alguns carregamentos para o escoamento da produção.

De acordo com o secretário de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes, Francisco Vuolo, com o término das obras da rodovia e a vinda da ferrovia “o Pará vai enxergar Mato Grosso e a imensa capacidade de produção que temos no nosso Estado”.

De cinco a dez milhões de toneladas de grãos deverão ser transportados pelo porto, o que fará com que a demanda de investimentos de infraestrutura e capacidade operacional do porto seja aumentada.

Entusiasmado, como ele mesmo definiu, o governador Silval Barbosa disse estar surpreso com a evolução das obras da 163 e voltou a afirmar que nesse ritmo a conclusão será em 2012. “Essa é uma luta antiga para o Governo do Pará e de Mato Grosso. Produzimos 34 milhões de toneladas por ano e precisamos da melhoria das estradas para o aumento da nossa economia”, ressaltou.

De acordo com o governador o foco deve ser a procura da logística que dê maior poder de competitividade para a melhoria e o crescimento da produção. “Temos que trazer a nossa logística para o Estado do Pará”, disse Silval ao lembrar o interesse do grupo chinês em investir aqui”.

VALOR

A parceria consolidada com o Governo do Pará durante a Rota da Integração foi destacada pelo chefe do Executivo mato-grossense quando relembrou que o Pará possui muitas riquezas. Mato Grosso irá contribuir para que juntos possam buscar tudo o que possa agregar valor à produção. “O que importa num projeto como esse é a viabilidade e isso o Pará e Mato Grosso tem”.

O avanço da parceria entre os dois Estados também foi destacado pelo governador Simão Jatene ao falar que o estreitamento dessa relação foi no sentido de avançar na logística e melhorar a integração por meio da BR-163 e futuramente pela ferrovia Cuiabá-Santarém. “Hoje o asfalto na BR-163 é realidade e hoje discutimos uma outra realidade que é a ferrovia, a intermodalidade. O que precisamos é de investimentos. Esse é o nosso grande desafio”.