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Nacional
Quinta, 24 de novembro de 2011, 08h05

Poço de Carbono Juruena é apresentado em Congresso Nacional


O projeto Poço de Carbono Juruena foi um dos destaques do simpósio Estratégias de mitigação a mudanças climáticas baseadas em SAFs, realizado na manhã do dia 23 de novembro, durante o VIII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais (CBSAF) que acontece até a próxima sexta-feira em Belém (PA). O objetivo do simpósio foi o de apresentar e discutir resultados de pesquisas científicas sobre a importância dos sistemas agroflorestais na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

A utilização dos sistemas agroflorestais para seqüestro de carbono é uma das metas do projeto Poço de Carbono Juruena, executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (Aderjur) e patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental. Envolvendo mais de 200 famílias na recuperação de áreas degradadas por meio dos safs no município da região Noroeste de Mato Grosso, o projeto inovou ao fazer um experimento de pagamento por serviços ambientais (PSA). Sete famílias que participam do projeto estão recebendo uma bolsa de 250 reais por mês durante dez meses. O pagamento é uma forma de compensar as famílias que conservaram melhor suas áreas por meio da utilização de sistemas biodiversos. Durante os dez meses de vigência do pagamento, cada família terá recebido 2.500 reais que deverão ser revertidos em investimento para melhoria dos seus sistemas agroflorestais.

Outra ação do Poço de Carbono Juruena é a medição do carbono em propriedades de todas as comunidades abrangidas pelo projeto. Além dos SAFs, também está sendo medido o carbono de áreas de reflorestamento. O objetivo do levantamento é demonstrar a viabilidade técnica e prática do seqüestro de carbono pela agricultura familiar. Estima-se que cada hectare de SAF com doze anos pode ter até 201,6 m3 de estoque de biomassa e uma projeção de até 100 toneladas de carbono equivalente em 30 anos. O levantamento irá apontar também a diversidade de espécies de plantas existentes nos SAF.

A apresentação do projeto Poço de Carbono Juruena como experiência de Pagamento por Serviços Ambientais foi feita pelo coordenador técnico do projeto, o engenheiro agrônomo Paulo Nunes. Também participaram do simpósio Henrique Nascimento, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), que apresentou o papel de florestas nas estratégias globais de mitigação de mudanças climáticas; Luiz Adriano Maia Cordeiro, da Embrapa, que explicou o papel dos Sistemas Integrados (iLPF) e dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) no Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) como estratégias de mitigação às mudanças climáticas. Já Eduardo Rizzo, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (IDESAM) apresentou o Programa Carbono Neutro Idesam na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (AM).

Saiba mais sobre o projeto
O projeto Poço de Carbono Juruena teve início em janeiro de 2010 e além de envolver mais de 260 famílias no município de Juruena tem a meta de plantar 2 milhões de mudas de espécies frutíferas e florestais. A expectativa dos coordenadores do projeto é que até o final do ano exista cerca de 660 hectares de SAF plantados. A adesão dos agricultores ao projeto é espontânea e vem aumentando com os resultados obtidos pelas famílias que já participam. Além das mudas, os agricultores recebem orientação técnica, capacitações e participam de intercâmbios em outras experiências consolidadas na região. Outro importante trabalho relacionado à redução de emissões de carbono vem sendo realizado pelo projeto através do uso de uma serraria portátil, que aproveita a madeira desvitalizada e que nos últimos seis meses serrou 220 m3 de madeira em 40 propriedades de agricultores familiares.

Além da formação dos sistemas agroflorestais, o projeto incentiva também a Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (Coopavam) e a Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (AMCA) que trabalham com a castanha-do-Brasil e derivados como o biscoito de castanha. Para garantir o produto em quantidade e qualidade, os técnicos do projeto ajudam a viabilizar parcerias com empresas, como a madeireira Rohden Indústria Lígnea, que permite o acesso da Coopavam em sua área privada para que os ouriços da castanha possam ser coletados, e a empresa de cosméticos Natura, que atualmente é a principal parceira desta iniciativa. As duas associações também vendem parte de sua produção para merenda escolar dos municípios da região Noroeste por meio do Programa de Aquisição de Alimentos da Conab. Parcerias com povos indígenas como os Rikbaktsa e os Cinta-Larga também estão sendo fechadas com apoio do Poço de Carbono Juruena que garantem um preço duas vezes superior ao praticado pelo mercado (R$ 3,00) por kg de castanha na floresta, para garantir o estoque do produto. O objetivo final deste trabalho é garantir a conservação da floresta, através da valorização de produtos florestais não madeireiros e do uso múltiplo dessas áreas. 




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