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Segunda, 27 de janeiro de 2014, 10h28

Ex-Beatles e casamento coletivo com Madonna são atrações do Grammy


 Uma nova canção de Paul McCartney, cantada por ele e com Ringo Starr na bateria. Foi um bálsamo o tributo aos Beatles na noite dos Grammys, no Staples Center de Los Angeles na madrugada deste domingo. Até o último momento mantiveram o suspense: todo mundo tinha dúvidas se eles se juntariam (pela primeira vez em quatro anos). Mas aí surgiu a glamourosa Julia Roberts, e só podia ser boa notícia.

Foi a cereja do bolo: Paul e Ringo apareceram enfim juntos e iniciaram “Queenie Eye”. A batida de Ringo (ao lado de Laboriel) devolveu certo relevo à musicalidade do grupo. E o mais legal foi ver Yoko Ono e Sean Lennon dançando desencanadamente ao fundo, uma utopia beatlemaníaca.

Paul McCartney subiu ao palco com David Grohl, Krist Novoselic e Pat Smear para receber o prêmio de Melhor Canção de Rock por “Cut Me Some Slack”. Competiam com ninguém menos que Stones e Black Sabbath, a quem fizeram reverência.

Beatles, Stones, Led Zeppelin, Black Sabbath: o passado marcou presença fortemente na premiação, com a vitória do Led Zeppelin como melhor disco de rock e o Black Sabbath se destacando como a melhor performance de hard rock. O Vampire Weekend levou o de música alternativa.

Com apenas um disco na carreira, The Heist, o duo Macklemore & Ryan Lewis, de Seattle, confirmou seu incomum favoritismo e se tornou o principal premiado da categoria rap, com três prêmios. Havia dúvida até se poderia realmente competir na categoria rap. Mas acabaram batendo gigantes como Jay Z, Lamar e Kanye West. Além de tudo, levaram o prêmio de revelação.

A vitória acachapante da dupla encheu as redes sociais de controvérsia e acendeu a fúria dos “haters”, que os compararam ao duo Milli Vanilli, dos anos 1980 (considerado uma fraude porque somente simulava cantar em discos).

O Daft Punk confirmou o favoritismo na seara eletrônica. A dupla francesa foi à cerimônia com seus capacetes, que ocultam suas identidades. Ao receberem o prêmio, foi o rapper Pharrell quem falou por eles. Mas fizeram um bailão no final, em Get Lucky, com uma apresentação com Stevie Wonder, Nile Rodgers e Pharrell.

Os Beatles e o Daft Punk salvaram a noite. Em geral opacas e ensaiadinhas demais, as apresentações tiveram um certo gosto de American Idol. Astros emergentes como Hunter Hayes ou decadentes como Pink não seguram a onda, nem com produções grandiosas – Hayes cantou o seu novo single, Invisible; Pink veio de Cirque du Soleil, pendurada e fazendo acrobacias em uma canção já batida, Try.

Taylor Swift acentuou o clima de reality show, com sua performance em All Too Well, um tanto soporífera. Já John Legend fez ao piano uma apresentação delicada cantando All of Me. Ringo e sua All Starr Band vieram a seguir com Photograph, com exibição de fotos dos Fab Four no telão. Parecia tudo que haveria de Beatles, mas logo veríamos que havia coisa melhor.

A apresentação da banda Imagine Dragons (todos de branco, como se fizessem parte da seita Racional) e do rapper Kendrick Lamar num mash up de Radioactive/M.A.A.D. City chegou a entusiasmar parte da plateia, que se levantou para dançar. Escoltada por caubóis cheios de lâmpadas, a country girl Kacey Musgraves não chega aos pés de suas antecessoras, como Lucinda Willilams. Beyoncé e Jay Z abriram a noite Drunk in Love. Ela surgiu em cena em um clima de Cotton Club, de cabaré enfumaçado, dançando em uma cadeira giratória, com um maiô mais ousado que de costume. Jay Z entrou no final, de black-tie. Ele concorria a nove Grammy, mas ganhou apenas um.

O momento sinfônico do Metallica, ao lado do pianista chinês Lang Lang, em One, deu o sabor híbrido que os outros encontros da noite não possibilitaram. Muitos fãs acharam que Lang Lang arruinou a melhor parte da canção, mas o fato é que todo o arranjo foi diferente, e o clima dramático ficou acentuado com o concertista. Sem perder o peso.

Mais estranha foi a união de Miranda Lambert e Billy Joe Armstrong, do Green Day, na homenagem a Phil Everly, dos Everly Brothers, morto no ano passado (foi logo após a homenagem aos desaparecidos do ano, contagem que incluiu Lou Reed e Ray Manzarek). Ficou estranho, meio forçado, o dueto.

Ao final, a consagração do Daft Punk com Álbum do Ano, por Random Access Memories, representou um toque de confiança no futuro da música. Um álbum generoso, como foi destacado, por unir o visionarismo da música futurista ao conceito de colaboração. Um ato de ousadia artística: ganharam prêmios, mas não abriram a boca, não abriram mão da identidade "secreta", da despersonalização do triunfo. Abraçaram-se longamente com afeto, apesar dos capacetes frios e dos uniformes brancos de distopia retrô. Receberam o troféu das mãos de Yoko Ono, outra performática das antigas, e ela não estranhou quando ergueram o troféu acima das cabeças, como num rito antigo de filme de Kubrick. Curiosos paradoxos o Daft Punk impôs à indústria.

Com performance de Madonna, casamento coletivo embalam fim do Grammy

Na ressaca do encontro de Paul e Ringo, Daft Punk e Stevie Wonder, a 56.ª edição do Grammy se encaminhava para um fim morno e apático. Mas um casamento coletivo, com a união de 34 casais - homoafetivos e heterossexuais -, embalado pelo hit Same Love, de Macklemore & Ryan Lewis, marcou a história da premiação e elevou novamente o clima da noite.

E Madonna, ícone da comunidade gay, não poderia ficar fora deste momento. Ao final da performance dos rappers, a rainha do pop entrou no palco e entoou um trecho de Open Your Heart, acompanhada de um coral gospel. Em seguida, resgatou Same Love, ao lado de Mary Lambert - que divide a performance do hit com os rappers - e encerrou a cerimônia coletiva arrancando lágrimas da plateia. Antes de entrar, a cantora disse em entrevista à televisão norte-americana que não cantaria qualquer música com qualquer cantor. "Mas sei que escreveremos um capítulo da história hoje, e quero fazer parte disso".

Desde junho do ano passado, com a queda do Doma (Defense of Marriage Act) - lei federal que negava direitos constitucionais a casais de mesmo sexo -, promovida pela Suprema Corte dos Estados Unidos, Same Love figurou como hino.

(Correio do Povo)




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