Segunda, 12 de junho de 2006, 15h02
Homero Alves fala sobre decisão do governo
Homero Alves Pereira, vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), comentou que a decisão do governo de reformular um programa do BNDES destinado à compra de caminhões, chassis e carrocerias de caminhões. Entre oferecer o dinheiro e reduzir o custo do frete há uma distância muito grande, afirmou. O governo disse que o programa, que contará com R$ 500 milhões até o final do ano, destina-se à modernização da frota e pretende apoiar o escoamento da safra agrícola.
Os custos do frete não cairão com o programa, chamado de Procaminhoneiro, argumentou o dirigente. Para reduzir o custo de frete só com outros meios de transporte, como a navegação, hidrovias e ferrovias que são modais mais competitivos que o rodoviário, completou. Para ele, a linha foi criada para compensar o desaquecimento das vendas de caminhões por causa da crise do agronegócio. Para que não haja demissão nessas indústrias, o governo abriu dessa linha de crédito, o que também é bom, afirmou.
Ele insistiu na necessidade de medidas estruturais para o agronegócio, tais como asfaltar as estradas. Nesse caso, disse Pereira, os produtores poderiam barganhar com os caminhoneiros preços mais baixos para o frete.
O Procaminhoneiro poderá financiar até 100% do valor de venda. O prazo de financiamento é de 84 meses e a remuneração é pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais 1% ao ano para o BNDES e mais, no máximo 6% ao ano para o banco repassador. A taxa de juros total deve ser 15,15%, considerando a TJLP atual que está em 8,15%.