Embargo à carne brasileira pode chegar ao fim

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A disposição de o governo da Rússia enviar ao Brasil uma equipe de veterinários para comprovar o cumprimento de todos os procedimentos para o controle da febre aftosa foi vista como um alento ao mercado de carne, pelos exportadores brasileiros. Desde novembro, toda a carne produzida no Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo estão embargadas pela Rússia, o que afeta o comércio do setor com aquele país. Os prejuízos se tornaram mais evidentes no mês passado, quando o volume dos embarques de carne bovina caiu 57%, de 52,3 mil toneladas (em o equivalente carcaça) em maio de 2005, para 22,4 mil toneladas em maio passado.

A queda nas vendas de carne bovina à Rússia só ocorre agora, porque o volume embarcado estava sendo mantido nos primeiros quatro meses do ano com as exportações de carne de animais abatidos antes do anúncio da existência dos focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná. Todo o esforço feito pelo Ministério da Agricultura para comprovar a realização dos procedimentos para o combate da doença se mostrou insuficiente, afirmou o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Antônio Camardelli.

Com a vinda do grupo de especialistas ao Brasil, teremos oportunidade de apresentar toda a documentação já remetida ao governo russo, mas que não contribuiu em nada para o fim do embargo, disse Camardelli. Agora, com a presença desses especialistas no Brasil , o desfecho pode ser diferente, acredita. Segundo informou, além da documentação, o governo brasileiro já apresentou garantias de que a carne brasileira é segura e que não existe qualquer risco de contaminação. Mesmo assim, os embarques para Rússia só podem ser feitos com carne produzida em Tocantins, Rondônia, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, que são os estados que escaparam do embargo russo.

A notícia de que o governo russo enviará missão especializada ao Brasil foi dada quarta-feira, em Moscou, pelo ministro russo de Agricultura, Alexei Gordeyev, segundo informou a agência EFE. A decisão foi tomada por Gordeyev , que atendeu a um apelo feito pelo ministro Roberto Rodrigues, que se encontra na Rússia determinado a esclarecer as razões que levam aquele país a manter os embargos, enquanto que a maioria dos demais importadores de carne brasileira já suspendeu as restrições para aqueles estados. Esse países mantiveram o veto apenas para o Mato Grosso do Sul e o Paraná, que são os estados onde surgiu o foco de febre aftosa.

Os resultados das inspeções dessa equipe de especialistas orientarão as decisão de suspender ou não a proibição das importações dos estados afetados, declarou Gordeyev. O ministro justificou a proibição imposta pelo Serviço Veterinário russo ao destacar que atuou conforme as normas nacionais e internacionais.

O ministro justificou a rigidez da proibição imposta pelo Serviço Veterinário russo. Segundo afirmou, o governo de seu país segue as normas sanitárias nacionais e internacionais. Estamos preocupados a situação epizoótica no Brasil, porque levamos em conta que esse país é um dos maiores exportadores de carne à Rússia.