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Sexta, 16 de junho de 2006, 15h55

Deputado quer exportar tecnologia do biodiesel


O vice-presidente da Comissão da Amazônia Integração Nacional e Desenvolvimento Regional,Deputado Wellington Fagundes, participou da mesa redonda “Agroenergia e a Agroindústria na Amazônia e o Novo Paradigma de Desenvolvimento Sustentável”.

O evento aconteceu na cidade de Tangará da Serra, atendendo a um requerimento da deputada Thaís Barbosa, subscrito também por mim e pela deputada Ann Pontes. A mesa redonda teve como objetivo discutir formas alternativas de geração de energia, sobretudo com base no desenvolvimento do biodiesel.

A Universidade Federal de Mato Grosso, a UFMT, tem realizado estudos importantíssimos na busca de um combustível de qualidade e que provoque menos impacto ao meio ambiente.

Desta forma, faz-se necessário destacar o trabalho do reitor Paulo Speller e de profissionais como o pró-reitor de pesquisas da UFMT, o professor Paulo Teixeira de Sousa que nos apresentou, durante a mesa redonda, dados consistentes sobre o projeto do biodiesel.

Estes dados serão de grande valia para que nós parlamentares possamos desenvolver projetos e destinar recursos para instituições que trabalham na busca de combustíveis alternativos.

O deputado irá apresentar um requerimento ao presidente Lula, indicando a criação de um Centro Internacional Tecnológico do Biodiesel, situado junto à UFMT.

Muito já se fala na possibilidade de, no futuro, o Brasil exportar o biodiesel. Mas vou além: acredito que muito em breve poderemos ser um centro de conhecimento internacional, exportando tecnologia e profissionais especializados na produção do biodiesel.
O Programa Brasileiro de Bio-combustíveis, coordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, foi estabelecido pela Portaria número 702, de outubro de 2002.

Em 2003 foi aprovada a legislação que tornará obrigatória, a partir de 2008, a mistura de 2% de biodiesel no diesel brasileiro. Com isto, estima-se que seja necessária a produção de cerca de 800 milhões de litros de biodiesel por ano.

A previsão é que esta quantidade seja suplantada logo no primeiro ano em cerca de 400 milhões de litros. Somente o estado de Mato Grosso, campeão nacional na produção de grãos, será responsável, já em 2007, pela produção de 170 milhões de litros anuais.

Recentemente acompanhamos a manifestação de agricultores de todo Brasil, preocupados com os prejuízos decorrentes em grande parte pela queda do dólar, o que afetou gravemente o faturamento dos exportadores agrícolas.

Este é um reflexo claro do que acontece quando ficamos reféns apenas das commodities. Com o desenvolvimento do biodiesel, será possível agregar valor a produtos como a soja, criando alternativas para a exportação do produto apenas em grãos.

As justificativas para a adoção do biodiesel são muitas. Entre elas está a diversificação da bolsa de combustíveis, a diminuição da importação de diesel, a criação de emprego e renda no campo, além do uso de um combustível ecologicamente correto.

Além disto, temos as questões econômicas e devemos pensar em longo prazo. Devemos lembrar que os combustíveis fósseis são fontes não renováveis e que existe elevada concentração geográfica das reservas mundiais de petróleo.

Outro forte argumento para a continuidade dos estudos sobre o Biodiesel é a matéria prima para o seu desenvolvimento, que é abundante no Brasil. Apesar de abundante, no entanto, a soja não deve ser pensada como única alternativa, em razão de ser utilizada para produzir óleo comestível e farelo em grãos para exportação.

Ainda há outra vantagem no investimento de pesquisa com outras culturas, que é a sua diversificação e sua relevância social, já que aumenta a renda, eleva a melhoria de vida do produtor rural e das condições ambientais.

No caso de se intensificar o trabalho entorno da soja, o Brasil tem uma indústria desenvolvida de esmagamento de soja e pode levar vantagem na produção de biodiesel – caso este seja o caminho.

As pesquisas mostram que, quando se instala uma indústria de biodiesel numa indústria de esmagamento, há uma redução em torno de 40% a 50% nos custos. Podemos com isto, ser o único país a produzir combustível mais barato que o petróleo.

Os estudos mostram que o Brasil tem condição de desenvolver o biodiesel com sucesso, pois já tem tradição no trabalho com o álcool como combustível. Iniciou a pesquisa em 1931, utilizando 5% em mistura com a gasolina e hoje é o país que mais domina esta tecnologia, utilizando o álcool como um combustível alternativo.


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