Quarta, 11 de novembro de 2009, 14h33
Estilo brasileiro influencia Moçambique em vários setores
A 12 horas do Brasil, Moçambique é uma espécie de extensão brasileira no Sul da África, exceto pelo sotaque português de Portugal e o formalismo dos moçambicanos. Na capital Maputo, entretanto, há amostras brasileiras por todos os lados. A paixão pelo futebol, pelas novelas e a música está presente nas conversas formais e informais.
Ainda à espera da classificação para a Copa do Mundo de 2010, a seleção moçambicana se prepara para os jogos africanos (CAN 2010) que serão realizados em janeiro. No grupo B da classificatória para a Copa, Moçambique terá de vencer as seleções da Nigéria e do Kênia, consideradas as mais fortes. “Não somos um Brasil, mas estamos nos esforçando”, disse o garçom João Souza, em tom de brincadeira.
Nas ruas, a presença brasileira pode ser percebida pelas placas nas construções com os nomes de empresas brasileiras responsáveis pelas obras de prédios públicos e privados. No comércio, há lojas de cosméticos e perfumes de uma grande rede brasileira.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou que até o fim deste ano a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) implantará uma fábrica de medicamentos antirretrovirais. Em março, o governo brasileiro se comprometeu a repassar medicamentos para combate à aids, entre outras doenças, para alguns países, incluindo Moçambique.
A exploração de minério e carvão em Moçambique, que tem grandes jazidas, é feita em parceria com uma empresa brasileira do setor. Só no complexo industrial da mina de carvão, a empresa brasileira vai investir US$ 1,3 bilhão.
No cotidiano dos cerca de 20,3 milhões de moçambicanos, o estilo brasileiro também está presente. As igrejas evangélicas, de origem brasileira, ampliam suas agremiações por Moçambique tanto na capital quanto no interior do país.
A influência é estimulada ainda pela transmissão constante de novelas brasileiras. Entre as transmitidas atualmente estão Além do Crime e Cidade dos Homens.
A música brasileira é outra paixão dos moçambicanos. Os ritmos que predominam nas rádios e lojas de venda de CDs são o axé baiano e as canções românticas de Roberto Carlos.