Corporações fazem diferença com ações sustentáveis

O grau corporativo da sustentabilidade no âmbito dos órgãos da administração pública foi discutido no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, por meio de palestra proferida pelo juiz auxiliar da Presidência João Thiago de França Guerra.

Na ocasião do 3º Encontro de Sustentabilidade, o magistrado enfatizou o fato de que corporativamente obtém-se mais força na concretização do tripé da sustentabilidade – ambiental, social e econômico – do que com o esforço individual, ainda que este também seja de suma importância.

“A sustentabilidade corporativa é mais do que a soma dos esforços de cada um dos indivíduos que compõem essa corporação. É utilizar o potencial econômico e a autoridade da Instituição para direcionar e acelerar o processo de transformação social”, analisou o juiz.

Pela linha de raciocínio exposta na palestra, uma instituição do tamanho do Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso, quando decide ser sustentável, consegue transformar uma cadeia de produção inteira. Com isso, o ganho também se reflete na coletividade.

Exemplo probatório do tema é o custo de mercado do papel reciclado em Cuiabá, que pode ser encontrado pelo mesmo preço do papel branco desde que o TJMT adotou o uso exclusivo do papel reciclado na instituição. Também é possível aferir a força corporativa com o exemplo da energia solar fotovoltaica, que reduziu em cerca de 50% o preço de mercado nos últimos dois anos, quando órgãos públicos em Cuiabá começaram a adotar a tecnologia.

Considerando que a administração pública compra em larga escala, quando os gestores públicos impõem que não irão pagar um preço alto por determinado produto, logo, os fornecedores se adaptam à realidade dos consumidores.

“O peso que uma instituição tem faz diferença para todos nós. Quando uma grande cadeia de produção se adapta para atender o Tribunal de Justiça, ela acaba liberando melhorias também para os consumidores individuais, que não teriam força e peso para produzir. Uma corporação sustentável tem um peso muito grande no mercado”, argumentou.

Outro exemplo de sustentabilidade corporativa destacado foi a aquisição de links de internet nas comarcas de Mato Grosso. Durante a gestão 2015/2016, sob presidência do desembargador Paulo da Cunha, o TJMT sinalizou as grandes empresas de provedores de internet que, caso não houvesse a ampliação da disponibilidade de internet nos municípios, não contrataria o serviço dessas empresas.

Como resultado, comarcas que antes dispunham de apenas 512 Kb passaram a ter 8 MB de internet. “Para ele nos atender, teve que levar fibra para as comarcas. Em razão da fibra que ele levou para nos atender, conseguiu levar internet de melhor qualidade para todas as cidades, para as comarcas e para as pessoas. Isso é o que nós podemos ser”, refletiu o juiz auxiliar da Presidência.