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Educação
Segunda, 16 de outubro de 2017, 09h43

'Paixão pela sala de aula falou mais alto', diz professora da rede estadual


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A trajetória profissional da professora Adriana do Couto Tokashiki, efetiva da rede estadual de ensino e lotada na Escola Estadual Porfíria Paula de Campos, começou quando ela era ainda muito jovem. Prestes a completar 18 anos, em 1989, teve a oportunidade de lecionar para cerca de 40 alunos do Ensino Fundamental, da EE São Lourenço, em Dom Aquino-MT, por motivo de licença gestacional da professora regente da sala.

Adriana conta que, inicialmente, teve dificuldades, obstáculos e medos, até vontade de desistir, pois acreditava que seu conhecimento era insuficiente. Mesmo assim, nesse primeiro momento da carreira, a professora assegura que aprendeu muito, descobriu que o ato de ensinar depende da disponibilidade que o educador tem para assimilar novas informações - que serão relevantes para os alunos.

O tempo passou e, em 1995, já morando em Várzea Grande, a educadora teve sua primeira experiência em lecionar na EE Porfíria, para alunos da 6a a 8a séries, do período noturno. “Nessa época, eu ainda tinha somente o Ensino Médio. Fiz o vestibular e passei para o curso de Letras-Português/Literatura (UFMT)”, lembra.

Em 1998, ministrou aulas para os alunos do Ensino Fundamental e em 1999 passou no concurso do Fórum de Várzea Grande para Oficial Escrevente e exerceu a função no Cartório Judiciário até julho de 2000. “Então, vi que não era o que queria, pedi demissão do cargo pelo fato de não me adaptar ao trabalho maçante. Além disso, minha paixão pela sala de aula falou mais alto”.

Um dia depois do pedido de demissão, lá estava ela como interina na EE Porfíria, lecionando para os alunos adultos do supletivo. Dessa experiência, ela diz que tirou uma lição de vida muito interessante, que é o da superação. “Os alunos, que tinham de 15 anos a 25 anos, haviam abandonado os estudos por motivos diversos e retornavam para as salas de aula com o objetivo de terem a chance de aumentar a autoestima ou serem introduzidos ao mercado de trabalho”, conta.

Em mais um passo importante na carreira, a professora passou no concurso do Estado para a Educação, em 2001, e continuou o trabalho com a suplência, até que, em 2002, assumiu as aulas na rede. De lá para cá, em seus 15 anos de carreira, participou de alguns programas federais, foi formadora do Cefapro, de 2009 a 2012, se afastou para qualificação de mestrado e retornou, em 2014, aos trabalhos com os alunos do Ensino Médio.

Protagonismo dos alunos

Atualmente, Adriana atende em média 138 alunos no período matutino, lecionando para os 2º e 3º anos do Ensino médio a disciplina de língua portuguesa e literatura. Também é a professora responsável pelo Educomunicação, que abrange as mídias fotografias e filmagens.

Conduz, em parceria com a pedagogia, o projeto Sarau Lítero-cultural, que tem como finalidade propiciar mecanismos linguísticos por meio das diversas mídias, formando alunos em leitores aptos a interpretar e a compreender a importância do “sentir” o valor das palavras poéticas para o desenvolvimento da percepção, interpretar, criar, recriar, dançar, encenar, cantar e entoar ao ritmo da poesia.

Um carinho todo especial ela tem pelo Projeto Monitores, que busca o protagonismo juvenil. “O projeto Monitores tem como título: Aluno protagonista e incentiva os nossos alunos a terem mais autonomia no processo educativo, o qual se aprende quando se ensina, dando o movimento metafórico da ciranda do ensinar e do aprender”, explica.

A professora relata que os projetos trazem importantes resultados. “Os alunos-monitores, por exemplo, sentem motivação para o desenvolvimento dos trabalhos com os outros alunos e buscam atender aos requisitos básicos do projeto: assiduidade, boa nota, criatividade e compromisso”.

O trabalho, segundo ela, auxilia muito as professoras do Ensino Fundamental, que possuem muitos alunos em sala de aula e alguns têm o desenvolvimento mais lento ou deficitário. “Os monitores atendem estes alunos individualmente e eles têm conseguido avanços no aprendizado”.

Motivação

Para Adriana, ser professora não é uma tarefa fácil, pois é preciso aprender diariamente a conjugar em todos os tempos verbais: tolerar, aceitar, aprender, reaprender, construir, desconstruir e amar o próximo, com muita diplomacia e jogo de cintura, para administrar o conhecimento e a provocação entre o saber e o desinteresse que se instaura em alguns alunos.

“Depois da conjugação desses verbos, temos que nos conscientizar sobre a relevância do nosso papel na vida de cada educando. Mesmo diante dos percalços do ensino e os problemas que os alunos enfrentam diariamente, o professor deve ser aquele que saiba o momento certo de apoiá-lo e apresentar os valores e caminhos que eles possam percorrer”, diz. “Nenhuma vitória se constrói sem luta e, para o educador apaixonado pela profissão, nenhuma tarefa é problema - e sim um desafio diário”.

Ela confessa que é uma professora apaixonada pela profissão e que acredita que é preciso trabalhar com a alma, pois o agradecimento e reconhecimento por parte dos alunos, não tem preço. “Eu me sinto motivada a cada dia que vejo o despertar do interesse nos olhos dos nossos estudantes e, a cada dia, um novo conhecimento adquirido é a mais perfeita vitória para a educação pública de qualidade”, destaca.

 




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