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“Não somos mais invisíveis, estamos à luz das autoridades. E esse é um grande momento para todo o Brasil, porque nenhum estado teve tanto percurso junto com autoridades públicas como Mato Grosso. O Brasil inteiro hoje está com a Seduc”.
A declaração é da presidente de honra e uma das fundadoras da Associação Dislexia de Mato Grosso, Gabriela Andrade, e ocorreu nesta terça-feira (14.07), durante o lançamento da cartilha “Orientações pedagógicas para o reconhecimento de sinais indicativos de estudantes com dislexia”, na abertura do 1º Webinário Dislexia em Foco, pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT). Clique aqui e acesse a cartilha.
Gabriela Andrade agradeceu, em nome das mães de pessoas com dislexia, a oportunidade de falar sobre o assunto de forma “tão assistida”. Afirmou que a cartilha vai ampliar ainda mais os espaços para as pessoas com dificuldades de aprendizagem dentro das escolas de Mato Grosso.
Secretário de Educação, Alan Porto explicou que o objetivo da cartilha é orientar os profissionais da educação para reconhecerem precocemente os sinais do transtorno. Com isso, poderão orientar os pais e realizar os encaminhamentos para equipes multidisciplinares.
A estimativa é que de 14 mil a 28 mil alunos da rede estadual de Mato Grosso possam ter dislexia.
“Não cabe ao professor fazer diagnóstico, porém, é preciso que ele consiga identificar sinais no estudante, para que ele seja encaminhado a equipes multidisciplinares preparadas para fazer essa avaliação. E a fase mais importante para identificação do transtorno é a de alfabetização. Quanto mais cedo identificado, mais possibilidade de garantir um melhor aprendizado a esses estudantes”, destacou Alan Porto.
Plano especializado
O secretário lembrou que o lançamento da cartilha faz parte de um processo iniciado em 2019, pelos profissionais da Seduc.
No ano passado, o governador Mauro Mendes sancionou a Lei 11.239/2020, de autoria do deputado Wilson Santos, que instituiu o Plano de Atenção Educacional Especializado (PAE) para os alunos diagnosticados com transtornos específicos de aprendizagem (dislexia, discalculia e disgrafia) nas instituições de ensino públicas e particulares.
A lei prevê que as instituições públicas e privadas da rede municipal e estadual de ensino, da educação básica e superior, devem fazer a avaliação diagnóstica e o acompanhamento educacional especializado aos alunos diagnosticados com transtornos específicos de aprendizagem.
“Hoje a Seduc dá um passo significativo na educação inclusiva”, destacou o deputado Wilson Santos.
A cartilha
A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem caracterizado pela dificuldade na leitura e na escrita – o estudante tem problemas para fazer o reconhecimento preciso da palavra, na habilidade de decodificação e na soletração.
A cartilha “Orientações pedagógicas para o reconhecimento de sinais indicativos de estudantes com dislexia”, elaborada pela Coordenadoria de Ensino Fundamental e Educação Infantil, da secretaria adjunta de Gestão Educacional da Seduc, foi revisada por especialistas no assunto e apresentada ao Conselho Estadual de Educação.
O documento discorre sobre transtornos de aprendizagem em geral e sobre a dislexia e seus sinais indicativos, traz recomendações pedagógicas e orienta os professores a respeito de como fazer a avaliação da aprendizagem dos alunos, além de explicar a legislação vigente sobre o tema.
O objetivo é auxiliar pedagogicamente professores e coordenadores das unidades escolares como um todo, na identificação de estudantes que apresentem em seu cotidiano escolar sinais que possam caracterizar a dislexia.
Conheça os sinais de dislexia
Linguagem: atraso na fala; histórico familiar de atraso na fala e dificuldade na leitura; troca de sons na fala; demora para aprender novas palavras; dificuldades para recordar nomes e símbolos; dificuldades em aprender rimas.
Leitura: dificuldades em distinguir as letras do alfabeto; dificuldades em leitura, escrita e ortografia; dificuldades para separar e diferenciar sons; dificuldades para discriminar fonema-grafema (som-letra); apresentação de adições/omissões de fonemas ou sílabas; apresentação de leitura silabada, lenta e com muitos erros; uso excessivo de palavras substituídas (aquela coisa, aquilo) para nomeações de objetos; nível baixo de leitura para faixa etária e nível de escolaridade; dificuldade para recontar uma história; dificuldade para compreender enunciados dos problemas de matemática; dificuldade para compreender textos.
Escrita: letra com características disgráficas; dificuldade no planejamento motor da escrita e para fazer a letra cursiva; dificuldades n apreensão do lápis; dificuldades para copiar a lição da lousa; dificuldade para expressão por meio da escrita, elaboração de textos escritos/planejar e fazer redações; escrita com erros significativos: omissões, trocas, adições/omissões fonêmicas e silábicas e aglutinações.
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