Sábado, 01 de janeiro de 2005, 00h00
GNV em Mato Grosso já aponta para irregularidades
O início de operação da comercialização do gás natural veicular (GNV) em Cuiabá já iniciou com a ocorrência de problemas comuns das cidades do Sul do país: a falta de certificação na instalação dos cilindros nos automóveis.
A advertência foi feita pelo taxista Edson Rodrigues Ávila, que desde janeiro passado instalou um kit de conversão em seu veículo (um Santana) na cidade de Blumenau (SC), quando investiu R$ 3,3 mil.
Dos veículos com sêlo de certificação de inspeção em Cuiabá observei apenas três, disse ele a um jornal local.
A certificação do veículo em Cuiabá é feita pela empresa Seta e posteriormente concluído o licenciamento junto ao Detran. Os custos da documentação giram em torno de R$ 203.
No final do ano passado o vice-presidente do Crea-MT, e superintendente do Immeq - Instituto Mato-grossense de Metrologia - órgão vinculado do Inmetro - Jair Durigon advertia para a existência de oficinas clandestinas na Capital mato-grossense.
O próprio deputado estadual Sérgio Ricardo - defensor da utilização do gnv - esteve envolvido na questão, quando fazia propaganda sobre a existência da empresa de conversão. O parlamentar, por sinal, há cerca de um ano utiliza uma camionete GM Blazer com os dizeres movido a gás natural, sendo que não havia oficinas credenciadas, e muito menos a comercialização do produto em Mato Grosso - que deve oficialmente ocorrer a partir da segunda quinzena de outubro.
Segundo o instituto quatro oficinas mecânicas já deram entrada na documentação no Instituto Mato-grossense de Metrologia e Qualidade Industrial (Imeq) e ainda estão em fase de análise para obtenção da certificação.
O presidente da MT Gás, José Carlos Pagot, anunciou que nos próximos dias cerca de 200 veículos poderão ser abastecidos com GNV. Sua estimativa é que o custo do combustível chegue ao consumidor entre R$ 1,32 a R$ 1,35 por metro cúbico. O valor, segundo ele, estará próximo do que é cobrado em Campo Grande (MS), que é de R$ 1,349 o metro cúbico.
Hoje, o preço do álcool hidratado nas bombas de postos de combustíveis de Cuiabá é de R$ 1,66. Na semana passada o produto chegou a ser comercializado a R$ 1,15. O motivo seria dívidas da usina Libra (de propriedade do presidente do Sindalcool - Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool de Mato Grosso) Piero Parini que assumiu ter um débito com a Piran Factorin.
A delegacia Fazendária do Estado e o Ministério Público estão investigando denúncias de sonegação fiscal da ordem de R$ 1 milhão em ICMS. A dívida de duas usinas com a factoring seria de R$ 3 milhões, o que representaria um montante de 4,5 milhões de litros de álcool hidratado a ser comercializado sonegado.