Produção chinesa é ameaçada por peste suína africana

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O aumento dos casos de peste suína da China ameaça reduzir a produção deste tipo de carne no gigante asiático. A crise gerada pela doença deve elevar os preços desse alimento no mercado interno do país, maior consumidor desse alimento do mundo.

Um relatório da Huachuang Securities, agência de investimentos com sede em Pequim, mostra que a explosão de casos deste ano começou por volta de janeiro. “Achamos que a atual região de infecção por peste suína nas áreas de produção do norte pode estar chegando a 50%”, acrescentou”, informou o documento.

De acordo com Reuters, a peste suína atormenta a China há anos. Uma onda inicial em 2018 e 2019 matou milhões de porcos, levando a um declínio dramático na produção local. O problema agitou o mercado global dessa indústria.

A doença reduziu a produção chinesa de carne suína de 54 milhões de toneladas, em 2018, para 42 milhões de toneladas, em 2019. Queda de 22%, e a indústria local voltou ao patamar anterior à crise apenas em 2022, conforme os dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

O surto fez as granjas chinesas melhorarem significativamente a higiene e os procedimentos, para tentar conter a doença. Contudo, um gerente sênior de umas das maiores produtoras de proteína suína da China confirmou que o problema está se alastrando novamente.

“Vemos muitas novas infecções em março”, disse, sem aceitar ser identificado. “Sentimos que ainda não acabou, esse é o problema.”

Peste suína na China e as exportações do Brasil
No Brasil, que está livre da peste suína, o surto na China pode impulsionar os exportadores. Em 2022, os criadores locais alcançaram o recorde de 5 milhões de toneladas, de acordo com os números do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. Por volta de 1 milhão de tonelada foi para o mercado externo, sendo os chineses responsáveis pela maior parte embarques brasileiros do setor.

Revista Oeste