Viagem é interrompida com molas quebradas em buracos da rodovia

Seo Armandio troca molas do caminhão sob o sol e muita poeira.

Alberto Romeu
Da Serra da Petrovina

Transportando 37 toneladas de milho de pipoca desde Campo Novo do Parecis, com destino a Belo Horizonte, Armandio Keller (58) teve que interromper seu trajeto para a troca de molas da sua carreta Mercedes Benz 1938. A cena chega a comover ao ver parado no acostamento da rodovia um cidadão com um marco de trabalho, debruçado sobre os pneus do caminhão, sob um sol do cerrado numa rodovia federal em meio a buracos e poeira.

Perguntado sobre o que havia ocorrido, ele diretamente apontou os culpados: Buraco. Muitos buracos e acaba ficando assim.
Armandio (pronuncia o nome com ênfase no i) detalha que o trecho entre Rondonópolis e Alto Araguaia (210 km) é o pior que tem feito entre Mato Grosso e Minas Gerais todas as semanas.

"A Polícia Rodoviária nos multa por uma lanterna quebrada. Quem a gente multa por tantos buracos?" - pergunta sr Armandio Keller

Não bastassem os buracos na rodovia, a fiscalização da Polícia Rodoviária Federal não agrada muito a categoria. Armandio, por exemplo, demonstrou-se indignado com algumas situações. “Recebi uma multa por conta de um sinaleiro quebrado. E daí te pergunto: como podemos multar e quem multar com essas estradas desse jeito, toda esburacada” – diz ele.
Proprietário do caminhão que dirige, Armandio Keller questiona que – se como proprietário já está difícil – imagina como fica uma frota terceirizada?

Igual aos demais motoristas, ele engrossa o coro criticando o governo por conta da situação. “É difícil. Nunca se tem solução” – mostra-se resignado.

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