Cuiabá | MT 03/05/2024
Vilson Nery e Antonio Cavalcante Filho
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Segunda, 08 de agosto de 2011, 14h57

Os interesses na venda da Sanecap

Toda essa discussão acerca da privatização do fornecimento de água tratada em Cuiabá ainda está bastante nebulosa e diante da histórica postura equivocada da câmara municipal (e seus integrantes) há necessidade de buscar os (reais) motivos de tanta insistência.

Não podemos esquecer do que foi ‘pauta’ recente dos edis: alguns meses discutindo como cassar vereador por quebra de decoro, e depois outros meses gastos no debate sobre como reintegrá-lo (ao ‘nobre’ quadro).

Fiscalizar PAC, sistema de educação pública, pronto socorro, Copa do Mundo ‘é para os fracos’. Os edis têm outras prioridades. Entre estas se inclui a entrega da Sanecap (de preferência, ‘de grátis’) à iniciativa privada.

Mas por que?, indagariam os súditos.

Expliquemos (ou justifiquemos), pois.

A primeira causa justificante é a incompetência (inaptidão, incapacidade) de gerência de nossas gestões municipais. Sim, porque irão privatizar (o sistema) também em Várzea Grande, e perder recursos federais já previstos (conveniados) para aplicação em saneamento e tratamento de esgoto para a região metropolitana.

Então é assim: se o gestor não pode manter uma maternidade pública, faz contrato de gestão. O cidadão tem o seu ‘nascimento privatizado’. E se não pode ter uma gestão eficiente dos cemitérios (a maioria dos ‘campos santos’ de Cuiabá e Várzea Grande já são privados) vamos ‘privatizar a morte’.

Em Cuiabá já há um sistema privado que organiza o recebimento de corpos, a emissão de certidões de óbito e inumação. Tudo ‘a preços módicos’. E tente escapar do sistema (máfia?) se puder!

Mas então, vamos privatizar (ou extinguir) o cargo de prefeito e vice e dos vereadores. Porque existir gente ‘mamando’ nos ubres públicos se não existe função? Ora, a educação está sendo privatizada aos poucos (as ‘Bolsa Unic da vida’) a gestão da saúde (consome 15% do orçamento) já estão dando lucros aos empresários, que usam da estrutura construída com recursos públicos.

Ora, juntamente com a privatização da Sanecap vamos votar pela extinção dos cargos (e salários) de prefeito e vereador!

A segunda justificativa para a venda da Sanecap é eleitoral.

Ano que vem tem eleição municipal e suas excelências necessitam de recursos para suas campanhas (reeleição). Sabe como é, com o preço do voto ‘nas alturas’, um milhão que vem (pra campanha) é ‘um milhão bem vindo’.

E assim, os futuros donatários do sistema de água (com potencial de faturar 200 milhões/mês) podem abrir as burras e ‘influenciar no voto consciente’ dos edis, para aprovar a privatização, a toque de caixa, sem discutir com os súditos (usuários).

E o terceiro motivo?

Bom, a S/A (sociedade que já não é mais anônima) ‘interessada na privatização’ já tem os seus potenciais integrantes (ou grandes defensores) escalados para a difundir a idéia. E o ‘timão’ é grande. Tem Wilson Santos, Chico Galindo, Antero, Lino Rossi, Ricarte de Freitas. Tudo gente boa, afinal o que constava nos inquéritos das operações Pasárgada, Arca de Noé, Sanguessuga, Aloprados (PF) e nos relatórios do Ministério Público de São Paulo era ‘ilação da justiça’!

Do que jeito que anda a carruagem da privatização, teremos a reedição das expedições bandeirantes, quando exploradores paulistas vieram a Mato Grosso, apreenderam índios para escravizar (ou lhes deram espelhos) e levaram nosso ouro e pedras preciosas. Agora eles ‘levam’ a Sanecap. 

Vilson Nery e Antonio Cavalcante Filho são militantes do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral) Comitê de Mato Grosso.
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