Cuiabá | MT 03/05/2024
Vilson Nery e Antonio Cavalcante Filho
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Sexta, 21 de junho de 2013, 17h50

100 mil contra a corrupção

As manifestações populares que ocorreram no final deste dia 20 de junho em Cuiabá adentraram à noite e deixaram algumas lições (que não serão jamais esquecidas) e revelam muitas dúvidas (sobre o futuro). Não há lideranças na frente da multidão, não existem patrocinadores de camisetas (bonés, faixas etc.) ou reivindicação padrão.

Não há grito de ordem e nem ordem pra gritar (somente a busca da felicidade).
Mas o ato revela o alto índice de indignação da sociedade.
Da lição que emerge das ruas, duas são dignas de menção neste breve ensaio e devem mobilizar a academia, os políticos, os estudiosos de comportamento: o povão não quer mais partido político (não nos representam, dizem) e menos ainda respeitam e acreditam nos políticos tradicionais.
E cá pra nós, estão cobertos de razão.
Ora, os partidos políticos, são mais de trinta deles registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não foram capazes de oferecer as soluções das demandas que são mais visíveis para o povo, que é a saúde a educação e o respeito com a aplicação dos recursos públicos.
Não nos deram a felicidade!
A corrupção no serviço público e nos contratos com a administração desviam bilhões de reais do dinheiro que seria destinado a dar escolas com ensino de qualidade e merenda decente para nossas crianças e jovens. A corrupção desvia o sagrado dinheiro dos remédios e hospitais para os cofres das empresas privadas (geralmente de propriedade de políticos, seus parentes ou correligionários).
E o que fazem os partidos políticos para evitar essa sangria e comportamento maligno?
Absolutamente nada.
Os partidos se transformaram em verdadeiros cartórios, balcões de negócio, micro espaços de poder de seus dirigentes, que se aboletam sobre a direção partidária e dali dirigem seus interesses econômicos e políticos. Não há renovação, não se veda a filiação de potenciais ficha sujas, por exemplo, e a estes mau caráteres e dado o direito de disputar eleições.
Na verdade os partidos políticos incentivam e acolhem aqueles pulhas que se especializam em arrecadar recursos sujos para campanhas eleitorais e depois roubam durante o mandato (para quitar os compromissos financeiros).
A verdade é que os partidos políticos incentivam a corrupção, a anti democracia, a vedação às minorias e tudo ali se transforma em balcão de negócios.
Acho que isso acaba por aqui.
Os jovens, crianças e idosos que vi nas ruas de Cuiabá, ontem, acho que uns 100 mil, disseram muito claramente que os partidos políticos não os representam.
E os políticos?
Na manifestação vimos um verdadeiro “malha judas” com fotos e cartazes descrevendo as lideranças políticas tradicionais como pessoas do mau. “Corruptas”, “cleptomaníacas”, “ficha suja”, “fora daqui” são as mensagens que foram veiculadas pelos cartazes confeccionados à mão, ali mesmo no local do protesto.

Em um determinado momento da manifestação, lá pelas dezoito horas, era possível metrificar a revolta: ainda havia gente saindo da avenida Getulio Vargas, no centro de Cuiabá (final da fila), enquanto que a dianteira da turba já estava se aproximando do Shopping Pantanal, próximo à Assembleia Legislativa. Somando as pessoas nas sacadas das casas, os motoristas que buzinavam e o povo nas ruas facilmente o resultado é 100 mil pessoas contra a corrupção.
Na “casa Cidadã”, como se intitula a assembleia legislativa, destino final da manifestação, o “bicho pegou” e não havia nenhum político para receber o povão (que só queria protestar e reivindicar)!
A mensagem foi dada, com muita clareza, é o fim da gestão administrativa (e dos políticos) que se valem da estrutura pública para interesses patrimoniais próprios.
Esqueceram-se do Povo!
O Povo acordou!
E agora vai começar a pregar o Voto Nulo. 

Vilson Nery e Antonio Cavalcante Filho são militantes do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral) Comitê de Mato Grosso.
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